CLIPPING
Saúde, Sexualidade & Afins
21/11/2013
NOVEMBRO AZUL
SUS terá vacina contra o vírus HPV
EBC
A vacina quadrivalente contra o HPV será oferecida pelo Sistema Único de
Saúde (SUS). A decisão do Ministério da Saúde está publicada na edição do dia 19
do Diário Oficial da União (DOU).
Em 2014, meninas dos 11 aos 13 anos vão receber as duas primeiras doses
da imunização. A terceira dose será aplicada cinco anos depois. A
partir de 2015, a vacinação vai abranger também pré-adolescentes de nove a 11
anos.
O vírus do papiloma humano (HPV) é a principal
causa de câncer de colo do útero. Há 100 tipos registrados da doença, das quais
13 podem provocar tumores e outras complicações ao infectar a pele ou as
mucosas. A inclusão da vacina segue recomendação da Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologia no SUS (Conitec). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 291 milhões de mulheres
são portadoras do HPV no mundo. Delas, 32% estão infectadas por tipos que
podem levar ao aparecimento de câncer. Anualmente, no Brasil, 685.400 pessoas são
infectadas por algum tipo do vírus.
Mortalidade da população negra por aids permanece
maior que a dos brancos
AG. de Notícias Aids
Neste dia 20 de novembro comemora-se o Dia da
Consciência Negra. A data lembra a morte do líder Zumbi dos Palmares e é feriado
em 1.047 municípios do país, inspirando reflexões em torno das questões raciais
no Brasil. No que diz respeito à saúde e, mais especificamente às DST/Aids, a
marginalização social da população negra se reflete nos piores indicadores.
O último Boletim Epidemiológico de Aids,
HIV, DST, Hepatites B e C do município de São Paulo, que conta com dados até o
ano de 2010, observou um avanço da epidemia entre a população negra. Para cada
grupo de 100 mil habitantes, foram diagnosticados 39,7 casos de aids entre
pessoas da raça negra em 2010, contra 18 casos em brancos.
No cenário nacional, a situação não é muito
diferente. Um dado que chama atenção é a alta mortalidade dessa população em
decorrência do HIV/aids. Embora os casos de aids notificados entre a população
negra sejam menores do que entre a população branca, os negros morrem mais em
decorrência da doença. Responsáveis por 9,8% dos novos casos de 2011, a
mortalidade no mesmo ano ficou em 12,8% para os homens e 15,6% para as mulheres
afrodescendentes. Nota-se também que este índice vem crescendo desde o ano
2000.
“Isso se deve provavelmente a uma falha no acesso a
saúde dessa população. Pelo fato dos negros terem uma condição socioeconômica
mais baixa, geralmente isso é usado como justificativa. Mas falando de aids,
isso não se justifica, pois o tratamento é todo pelo sistema público”, diz
Naila Santos, assistente da gerência de prevenção do Programa Estadual de
DST/Aids de São Paulo. Segundo ela, a causa mais plausível se deve ao fato da
população negra acessar o serviço de maneira diferente.
AIDS: Dinheiro na conta, epidemia nas ruas
Zero Hora
Líderes na incidência da doença entre Estados e
Capitais, Rio Grande do Sul e Porto Alegre investem, em média, R$ 7 de cada R$
10 para prevenção Rio Grande do Sul e Porto Alegre lideram os casos de aids
entre Estados e Capitais, mas não conseguem gastar todo o dinheiro à disposição
para combater a disseminação da doença. A
cada R$ 10 recebidos desde 2003, R$ 3, em média, permanecem nos cofres
públicos. Os recursos acabam presos na burocracia da máquina estatal e,
também, na emaranhada teia das relações políticas.
Desde a implantação da Programação de Ações e Metas
(PAM) pelo Ministério da Saúde, em 2003, os municípios gaúchos receberam em
conjunto R$ 85,4 milhões. Para se ter uma ideia, a soma de recursos à
disposição em julho deste ano chegava a R$ 23,7 milhões. Porto Alegre ganhou R$
11,1 milhões desde 2004, e fechou julho último com R$ 3,1 milhões nos cofres.
Mesmo com dinheiro disponível, o quadro de epidemia reconhecido pelas
autoridades não recua. É o que mostrará o boletim epidemiológico de 2012 do
Ministério da Saúde, a ser divulgado nos próximos dias. Os dados extraoficiais
apontam 43 casos de aids a cada 100 mil habitantes no Rio Grande do Sul um leve
crescimento, comparado ao número anterior. Porto Alegre apresenta o dobro,
índice de 99,1, com redução inferior a um ponto.
O prefeito da Capital, José Fortunati, classificou
os dados como assustadores na manhã de terça-feira. Ele falava a cerca de 50
pessoas no salão nobre da prefeitura, por ocasião do lançamento do Plano de
Enfrentamento de HIV/Aids em Porto Alegre uma estratégia com ênfase em grupos
com maior risco de exposição, como gays, homens que fazem sexo com homens,
travestis, transexuais e mulheres.
Para a responsável pela coordenação no país da
Unidade de Políticas Sociais do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud), Nena Lentini, são aceitáveis os 70% de gastos de Porto
Alegre e do Estado feita a ressalva do ideal, que é 100%.
Droga promete a cura da hepatite C
The New York Times
Determinado a se livrar da infecção por hepatite C que ia lentamente destruindo
seu fígado, Arthur Rubens tentou sucessivos tratamentos experimentais. Nenhum
funcionou, e a maioria causava efeitos colaterais como febre, insônia,
depressão, anemia e uma urticária que "dava a impressão que a pele estava
pegando fogo".
Mas, neste ano, Rubens, professor da Universidade
da Costa do Golfo da Flórida, em Fort Myers, entrou no teste clínico de um novo
comprimido contra a hepatite C. Após três meses de tratamento, o vírus havia
sido eliminado do seu corpo. "Fiz aniversário em setembro", disse
Rubens, 63. "Disse à minha mulher que não queria nada. Iria destoar da
magnitude desse presente." A medicina pode estar perto de virar o jogo
contra a hepatite C, que mata anualmente mais americanos do que a Aids e é a principal
causa de transplantes hepáticos. Se o esforço der certo, será uma rara
conquista contra uma epidemia viral sem o uso de vacinas.
"Não há dúvida de que estamos prestes a eliminar a hepatite
C", disse Mitchell Shiffman, diretor do Instituto do Fígado Bon Secours,
da Virgínia.
Nos próximos três anos, devem chegar ao mercado
novas drogas capazes de curar pacientes com o vírus, em alguns casos com apenas
um comprimido diário em oito semanas, e com efeitos colaterais mínimos. As
atuais terapias curam cerca de 70% dos pacientes recém-tratados, mas exigem de
6 a 12 meses de injeções e acarretam efeitos colaterais terríveis.
Estima-se que 150 milhões de pessoas no mundo estejam contaminadas com a
hepatite C -três a cinco vezes o número de portadores do HIV. A maioria das pessoas infectadas não sabe disso. O vírus pode levar
décadas para danificar o fígado a ponto de causar sintomas. Muita gente
infectada com a hepatite C jamais sofre problemas sérios. A hepatite C é transmitida principalmente pelo
compartilhamento de seringas, mas também pode ser contraída durante o sexo ou
por transfusões de sangue.
O regime totalmente oral pode também tornar mais viável o tratamento de
pessoas com maior propensão a espalhar o vírus -usuários de drogas injetáveis,
moradores de rua e presos, muitos dos quais também portadores de problemas de
saúde mental. "Não posso tratar um paciente instável de
forma segura com interferon", disse a médica Diana Sylvestre, de Oakland,
na Califórnia. "Mas posso com total certeza lhe dar alguns
comprimidos."
Reposição de testosterona em forma de desodorante
chega ao país
Folha de SP
Uma nova droga para repor testosterona em homens
com baixos níveis do hormônio deve chegar ao Brasil no próximo mês. A novidade
é o formato: o medicamento é aplicado nas axilas, como se fosse um desodorante.
Hoje, existem três remédios de reposição hormonal masculina no país,
todos injetáveis. Dois deles são aplicados a cada três semanas e o outro, a
cada três meses.
Já o novo medicamento, de uso tópico, deve ser
usado diariamente pela manhã, depois do desodorante comum. Dessa forma, a droga
tenta imitar a produção natural da testosterona --que tem níveis mais altos no
começo do dia. Com os remédios injetáveis de longa duração, podem ocorrer picos
do hormônio logo após as aplicações e níveis baixos no fim do período.
O remédio é colocado em um aplicador usado
diretamente nas axilas, o que evita que o produto entre em contato com as mãos
e diminui os riscos de contaminar outras pessoas com o hormônio. A dose pode
variar de acordo com a recomendação médica. Cada "bombeada" do
produto tem 30 mg, e a dose máxima diária, segundo a bula, é de 120 mg. Uma unidade com 110 ml custará R$ 283,93, o
que é suficiente para um mês, em média, a depender da dose indicada.
Comissão de Marco Feliciano aprova dois projetos
contra gays e rejeita um a favor
Folha de SP
Em sessão tranquila e esvaziada, a Comissão de Direitos Humanos da
Câmara aprovou, nesta quarta-feira (20), a convocação de plebiscito para
consultar a população sobre a realização do casamento entre pessoas do mesmo
sexo, e a suspensão da resolução do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que
abriu caminho para o casamento gay.
As duas aprovações foram comandadas pelo presidente
da comissão, deputado e pastor evangélico Marco Feliciano (PSC-SP), e ocorreram
em menos de 30 minutos e sem obstáculos. Na sequência, a comissão rejeitou um
projeto de lei que pretende consolidar a oferta de benefícios previdenciários
para o parceiro do mesmo sexo.
"Você é a favor ou contra a união civil (casamento) de pessoas do
mesmo sexo?", diz a questão aprovada pela comissão para constar em um
plebiscito.
Essa é a primeira aprovação que recebe o projeto de
decreto legislativo que estabelece o plebiscito sobre o casamento gay,
apresentado em 2011. O texto ainda precisa ser avaliado por outras duas
comissões e pelo plenário da Casa, antes de ser encaminhado para análise do
Senado. "Não há como fazer o necessário debate sobre o tema no Parlamento,
hoje tomado pela radicalização das posições. A falta de uma norma sobre a
questão gerou uma lacuna que tem levado o tema ao Poder Judiciário que, por sua
vez, toma decisões que não passam por uma discussão mais ampla da
sociedade", diz o deputado Marcos Rogério (PDT-RO), também evangélico, em
seu relatório aprovado.
Comissão de Feliciano aprova projeto de plebiscito
sobre união civil gay
Agência Câmara
Consulta aconteceria no 1º turno das eleições com a pergunta “Você é a
favor ou contra a união civil de pessoas do mesmo sexo?”
BRASÍLIA – A Comissão de Direitos Humanos da Câmara
aprovou, nesta quarta-feira, projeto que determina convocação de um plebiscito
sobre a união civil de pessoas do mesmo sexo. Segundo o projeto aprovado na
comissão, que é presidida pelo deputado Marco Feliciano (PSC-SP), os
brasileiros teriam de responder a pergunta “Você é a favor ou contra a união
civil de pessoas do mesmo sexo?”. O projeto ainda precisa de aprovação em
outras duas comissões na Câmara, e no plenário da Casa, para depois ainda
seguir para o Senado.
A consulta seria realizada no primeiro turno das
próximas eleições, em 2014, e seria aprovado ou rejeitado por maioria simples.
O resultado do plebiscito iria vincular votações do Congresso.
Na justificativa do projeto, o autor afirma que esse é um tema de
“grande relevância social e de interesse geral para todos os brasileiros”. Ele ainda
afirma que o assunto tem “imperado nas reuniões de família, nas escolas, nas
igrejas, nos meios midiáticos e políticos”. “Por
envolver mudança de costumes milenares, desperta aguerridos posicionamentos
diametralmente opostos e até enfrentamentos físicos”, justifica o deputado
autor do projeto, assinado pelo deputado André Zacharow (PMDB-PR).
O texto ainda afirma que sem uma decisão por
plebiscito as regras que envolvem o assunto não serão cumpridas.
CCJ aprova projeto que autoriza transexuais mudarem
de nome
Agência Senado
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou nesta
quarta-feira projeto que autoriza transexuais a mudarem de nome mesmo que não
tenham realizado cirurgia para a mudança de sexo.
Há leis municipais e decisões judiciais que
autorizam a troca dos nomes de registro para os chamados "nomes
sociais" adotados pelos transexuais, mas a mudança ainda não é prevista em
legislação nacional.
Pela proposta, os transexuais terão o benefício quando forem
reconhecidos por decisão judicial --e também quando forem declarados
oficialmente transexuais por laudo de avaliação médica, mesmo sem a realização
de cirurgia.
A proposta ainda precisa ser analisada pelo plenário do Senado antes de
virar lei. Autor do projeto, o deputado Luciano Zica diz que seu objetivo é
atenuar o "sofrimento dos transexuais e permitir que sejam reconhecidos
pelo seu nome social, por ele escolhido".
Relator do projeto, o senador Eduardo Suplicy
(PT-SP) defendeu a mudança do prenome ao relembrar a ex-funcionária de seu
gabinete na Assembleia Legislativa de São Paulo Sandra Mara Herzer que se
reconheceu oficialmente como homem, mas não conseguiu mudar seu nome. Suplicy
disse que Sandra Herzer, que adotava o nome social de Anderson Herzer, chegou a
prestar um concurso público, mas à entrada do exame médico os examinadores
duvidaram de sua identidade ---um exemplo dos sucessivos constrangimentos a que
foi submetida.
"A mudança do nome se insere como necessária,
no bojo do tratamento das pessoas transexuais, com a finalidade de evitar
equívocos e constrangimentos que ocorrem, a todo momento, quando não se
reconhece a verdadeira situação do identificado", disse Suplicy.
'Diário Oficial' define 'amorosidade' para o SUS
Folha de SP
Tradicional compilado de atos técnicos e
burocráticos, o "Diário
Oficial" da União teve seu toque de sensibilidade na edição de ontem.
Em uma portaria assinada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apresentou
o conceito de "amorosidade".
Apesar do tema sentimental, a definição foi escrita
bem ao estilo da publicação: "é a
ampliação do diálogo nas relações de cuidado e na ação educativa pela incorporação
das trocas emocionais e da sensibilidade, propiciando ir além do diálogo
baseado apenas em conhecimentos e argumentações logicamente organizadas".
A portaria que inclui a definição institui a
política nacional de educação popular em saúde no SUS, e distribui competências
ao Ministério da Saúde e às secretarias estaduais e municipais.
A "amorosidade" descrita na portaria é um dos princípios
orientadores da política.
OBJETIVO - Segundo informações do Ministério da Saúde, a
política de educação popular em saúde descrita na portaria foi elaborada por um
comitê composto em 2009.
Formaram parte do grupo governos e atores da
sociedade civil. Ao colocá-la em prática, o objetivo, ainda segundo a pasta, é
fortalecer e respeitar as práticas tradicionais e regionais de cuidado na
saúde.
A política foi aprovada no ano passado pelo Conselho Nacional de Saúde e
formalizada na portaria publicada ontem no "Diário Oficial".
Mário de Andrade era 'pansexual', diz biógrafo
Folha de SP
Suposta homossexualidade do autor é um obstáculo ao
livro, para especialistas
Pesquisadores do país comentam há anos que a
suposta homossexualidade de Mário de Andrade seria o motivo de não existir
biografia do escritor --herdeiros não gostariam de abordar o tema.
A tese voltou a ser levantada durante o festival de
biografias realizado na semana passada em Fortaleza por autores como Humberto
Werneck e Lira Neto.
"Eu sempre quis fazer um livro sobre Mário de
Andrade, acho que ele é a figura mais importante da cultura brasileira no
século 20. Não se pode fazer isso porque ele era veado e porque a memória dele,
o acervo, tem proprietários", disse Werneck durante um debate.
O jornalista Jason Tercio diz que tratará do
assunto em sua biografia, mas sem ênfase. "Apesar de alguns teóricos, como
João Luiz Lafetá, terem visto reflexos de homossexualismo em textos do Mário,
esse aspecto da vida dele é o menos importante."
"Minha conclusão até agora é que ele era pansexual. Aliás, uma vez
ele disse ao Rosário Fusco que seria capaz de ter relação sexual com uma
árvore", relata Tercio.
A suposta homossexualidade do autor de
"Pauliceia Desvairada" é apontada como gota d'água no rompimento dele
com outro modernista, Oswald de Andrade.
Tercio lembra que Oswald escreveu que Mário de
Andrade era "o nosso Miss São Paulo traduzido em masculino".
Werneck, citando o historiador modernista Mário da
Silva Brito, lembrou que Oswald se referiu em texto a Mário como "boneca
de piche".
Professora titular do IEB (Instituto de Estudos Brasileiros)
da USP e curadora do Arquivo Mário de Andrade, Telê Ancona Lopez refuta a tese
de que a sexualidade é o motivo de a família resistir a biografias. "É
absurdo. A família do Mário não é burra. Isso é preconceito de quem
pergunta."
SETE ANOS - Apontada à boca miúda por pesquisadores como uma
guardiã rígida do acervo de Mário de Andrade no IEB, Lopez disse que a
biografia dele "está disseminada por aí", em artigos e salas de aula.
Mas ela declarou não se opor à biografia de Tercio.
"Eu o conheço. Acredito que venha a ser um bom trabalho, porque ele é um
biógrafo conceituado."
Assim como outros biógrafos brasileiros, Tércio
aguarda o desfecho do impasse sobre as biografias não autorizadas para definir
como fará com a sua obra sobre Mário.
Ações no Supremo Tribunal Federal e no Congresso
tentam alterar artigos do Código Civil que permitem o veto a biografias não
autorizadas.
Tercio mergulhou há sete anos na pesquisa sobre o
modernista e começou a escrever o livro há três anos. Planeja concluir o
trabalho no primeiro semestre de 2014.
A vida como ela é (Ancelmo Gois)
No momento em que, por causa da prisão de
mensaleiros, cresce o debate sobre nosso sistema penitenciário, a socióloga
Julita Lemgruber alerta para a dramática situação dos presos provisórios no
Rio. Pesquisa CESeC/Ucam mostra que, no
ano passado, 42% dos acusados de crimes ficaram mofando nas cadeias por semanas
ou meses para, no final, serem absolvidos ou condenados a penas que não os
levariam à prisão.- Ou seja... "Ficaram presos ilegalmente
porque, em sua maioria, são pobres e não têm como pagar advogados" conclui
Julita.
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