Resumo:
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O
objetivo geral do estudo é compreender e interpretar as
percepções das mulheres vivendo com HIV e aids sobre a
atenção integral à sua saúde em relação
à síndrome lipodistrófica vivenciada por elas.
Trata-se de pesquisa de caráter qualitativo: foram realizadas
entrevistas semi-estruturadas com seis mulheres vivendo com HIV e
aids, que são acompanhadas no Projeto Com-Vivência do
Hospital Universitário de Brasília, e um grupo focal,
com seis militantes do Movimento Nacional das Cidadãs
Posithivas – Núcleo Distrito Federal, entre outubro de 2009
e fevereiro de 2010. Para a análise qualitativa dos dados
coletados foi escolhida a análise de conteúdo e
definidas as unidades temáticas de interesse. Considerações:
as mulheres relataram um bom vínculo com o serviço de
saúde, mas há a necessidade de serem atendidas por uma
equipe ampliada de profissionais de saúde; sobre a síndrome
lipodistrófica, especificamente, verificamos que as alterações
corporais afetam o modo de vida dessas mulheres, suas relações
interpessoais, sexualidade, auto-imagem e auto-estima, pois elas
relataram os incômodos vividos, o constrangimento diante das
mudanças corporais e a preocupação com a
revelação do diagnóstico positivo para o HIV.
Consideramos que a estética um valor social importante, mas
que o padrão estético contemporâneo é
causador de sofrimento para aqueles que não se enquadram. A
maioria das mulheres entrevistadas não possuía
conhecimento sobre a síndrome lipodistrófica e todas
perceberam as mudanças corporais e metabólicas e
apresentaram a queixa para a equipe dos serviços de saúde,
mas o acolhimento não foi adequado, na opinião de
muitas. Há dificuldade da equipe de saúde em considerar
os aspectos não-biológicos da saúde, pois os
aspectos subjetivos não são acolhidos como parte do
cuidado com a qualidade de vida. Neste contexto, foi relatado pelas
mulheres que a adesão ao tratamento pode ser comprometida.
Verificamos que existem dificuldades para acessar serviços
relacionados à síndrome lipodistrófica de modo
que estes contemplem as necessidades individuais, sejam a
nutricional, de exercícios físicos ou de cirurgias
reparadoras. Consideramos que esforços devem ser desenvolvidos
para que o cuidado à saúde das pessoas que vivem com
HIV possa ocorrer de forma integral, por uma equipe multidisciplinar
e que esteja atenda aos aspectos físicos e subjetivos dos
usuários dos serviços, em defesa da qualidade de vida e
preparada para abordar ações de prevenção
e controle da síndrome lipodistrófica. Propomos também
como uma ação importante a implantação do
aconselhamento prévio à realização das
cirurgias reparadoras para discussão dos objetivos de tal
procedimento com os usuários encaminhados.
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ABSTRACT
The present study intends to understand and interpret women living with HIV
and aids regarding the general attention given to their health in relation
to the lipodistrofy syndrome they have. This study, with qualitative
character, undertook semi-structured interviews with six women living with
HIV and AIDS who are under the Project Com-Vivência (Living) at the
University Hospital of Brasília; and also a focal group with six members of
the National Movement of Seropositive Citizens – from the Federal
District Branch, from October 2009 to February 2010. For the qualitative
data analysis we chose the content analysis and defined the theme units of
interest. Considerations: women have reported a good bond with the health
assistance. However, they still need to be helped by a broader medical
team. Specifically regarding the lipodistrofy syndrome, we have observed
that the body changes affect these women’s way of living, their
interpersonal relations, sexuality, self-image and self-esteem. They have
reported the disturbances they have lived, the constraints related to the
body changes and the concern with positive HIV diagnoses revelation. We
have considered that the esthetics plays an important social role, but that
the current esthetics standards cause pain to those who are not within it. Most
women who were interviewed were not aware of the lipodistrofy syndrome. They
have all noticed changes in their body and metabolism and reported it to
the health assistance team, but did not get the adequate attention,
according to many of them. It is difficult for the health team to consider
non-biologic aspects of health because subjective aspects are not taken as
part of the care related to life quality. Within this context, women have
said that the therapeutic observation might be compromised. We have
verified that it is difficult to access services concerning the
lipodistrofy syndrome in order to meet individual need, whether
nutritional, or regarding physical exercises or reconstructive surgeries. We
have considered that effort need to be developed so that the care for
people living with HIV might be integral, undertaken by a multidisciplinary
team, who is attentive to the physical and subjective aspects of those who
use the services, in defense of life quality and ready to approach actions
of prevention and control of the lipodistrofy syndrome. We also propose the
implementation of counseling prior to reconstructive surgeries in order to
discuss the objectives of such procedures.
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