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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

CLIPPING  - 02/jan./2013


ONU Retrospectiva 2012 - Em 2012, as Nações Unidas passaram por diversas crises que testaram consistentemente a capacidade da Organização de reagir. Desde intensos fenômenos climáticos que deixaram milhares de mortos ou sem moradia até as contínuas crises no Mali, na Síria, no Sudão do Sul e na República Democrática do Congo, entre outros países e regiões, a ONU precisou negociar a paz e aumentar a capacidade de resposta a acontecimentos inesperados. Em 2012, ocorreu no Rio de Janeiro a maior conferência já realizada pela Organização em toda sua História – a Rio+20 – com a presença de mais de 40 mil pessoas e 191 Estados-Membros. “Não podemos continuar a queimar e consumir o nosso caminho para a prosperidade à custa de pobres do mundo e do meio ambiente global”, disse Ban na ocasião.
Acesse: http://youtu.be/oGjHsQnuoDY retrospectiva da seção de fotografia das Nações Unidas.

Decrescimento com prosperidade (José Eustáquio Diniz Alves) - A humanidade já ultrapassou os limites planetários sustentáveis e a pegada ecológica antrópica esta 50% acima da biocapacidade da Terra. Por conta disto, o ser humano precisa se adequar aos espaços cabíveis do Planeta, necessitando aprender a conviver com as demais espécies vivas do mundo na única casa existente e conhecida do Universo. O mundo moderno ficou viciado em crescimento. Em 250 anos, desde o início da Revolução Industrial e do começo do uso maciço dos combustíveis fósseis as fronteiras planetárias sustentáveis foram ultrapassadas. Desta forma, nos dias atuais, o DECRESCIMENTO passou a ser uma palavra chave e cada vez mais utilizada, pois está se constatando que não há saida para a continuidade ou mesmo a manutenção indefinida do atual modelo de produção poluidor e que visa principalmente o lucro e só sobrevive com base em um consumismo desregrado. Portanto, o ser humano precisa interromper sua corrida em direção ao precipício e dar uma marcha à ré no ritmo frenético do crescimento econômico. Tem aumentado o número de pessoas que acredita que o decrescimento econômico e populacional pode ser uma maneira de interromper o desastre. Já existem vários países que estão experimentando redução da população, tais como Rússia, Ucrânia, Japão, Cuba, etc. Para tanto seria necessário implantar mudanças de concepção e uma verdadeira revolução nos paradigmas, tais como os óctuplos exemplos abaixo: 1) Desmaterializar a economia aprofundando a sociedade do conhecimento e da informação sustentada por fontes de energia renováveis, ao invés de investir na energia fóssil e na sociedade do consumo material, conspícuo e descartável; 2) Interromper o processo de destruição ambiental e aumentar a biodiversidade do Planeta; 3) Reduzir as desigualdades sociais e erradicar a fome e a pobreza, além de reduzir a obesidade e incentivar uma dieta vegetariana; 4) Investir mais na qualidade de vida saudável, incentivar a virtude e a autonomia e valorizar mais os prazeres intelectuais e menos a posse de bens materiais;5) Erradicar o classismo, o escravismo, o racismo, o sexismo, o homofobismo o xenofobismo e o especismo; 6) Eliminar os gastos militares, reduzir as atividades improdutivas e poluidoras, acabar com as guerras e implementar o pacifismo mundial;7) Educar as pessoas para ter um meio de vida correto, evitando as más ações e avançando na construção de uma sociedade convivial que incentive a solidariedade interpessoal e ecocêntrica; 8) Incentivar a polidez, a prudência, a temperança, a coragem, a justiça, a generosidade, a compaixão, a gratidão, a simplicidade, a tolerância, o humor e o amor desprendido e confluente.

Os idosos, os jovens e a Aids (Julio Abramczyk) - Para o ano de 2013, que se inicia, os votos são para que os idosos assumam a sua sexualidade com os mesmos cuidados com que os jovens o fazem atualmente: usando camisinha.
Estudo publicado na revista "Brazilian Journal of Infectious Diseases" assinala que a mortalidade por Aids entre idosos é 15% maior do que entre os jovens. A explicação para a morte desses pacientes, segundo a professora Marise Oliveira Fonseca e colaboradores, é que eles iniciaram o tratamento tarde demais. Muitos idosos não só desconhecem que estão infectados como também nem chegam a suspeitar que são portadores do vírus HIV. O estudo analisa estatisticamente quase 550 mil casos de Aids no Brasil, de 1980 a junho de 2009. Desse total, 90% estavam entre os 18 anos e 59 anos de idade; cerca de 2,5% (13.657) acima dos 60 anos. Entre esse segundo contingente de pacientes, a maior parte recebeu o diagnóstico entre os 60 anos e os 69 anos.

Notificação de infecção pelo HIV no Brasil passará a ser obrigatória - O Ministério da Saúde vai tornar compulsória a notificação de todas as pessoas infectadas com o vírus HIV, mesmo as que não desenvolveram a doença. A portaria ministerial que trata da obrigatoriedade de aviso de todos os casos de detecção do vírus da aids no País deve ser publicada em janeiro. Atualmente, médicos e laboratórios informam ao Ministério da Saúde apenas os casos de pacientes que possuem o HIV e tenham, necessariamente, manifestado a doença. Os dados serão mantidos em sigilo. Somente as informações de perfil (sem a identificação do nome) poderão ser divulgadas para fins estatísticos. Hoje, o governo monitora os soropositivos sem aids de maneira indireta. As informações disponíveis são de pessoas que fizeram a contagem de células de defesa nos serviços públicos ou estão cadastradas para receber antirretrovirais pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O novo banco de dados será usado para planejamento de políticas públicas de prevenção e tratamento da aids. "Para a saúde pública é extremamente importante, porque nós vamos poder saber realmente quantas pessoas estão infectadas e o tipo de serviços que vamos precisar", explica Dirceu Grego, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Ele diz que a notificação compulsória ajudará a monitorar o avanço do combate à aids com "transparência". "O HIV não desapareceu. É importante que a infecção seja parte do processo, para mostrar que o problema precisa ser resolvido e as pessoas têm de se tratar. O tratamento precoce é um caminho para controle da epidemia", diz. O País registrou 38.776 novos casos de aids em 2011 – houve um caso por dia de transmissão de mãe e para filho.
 
Oferta de vacina contra HPV na rede pública impõe desafios ao governo - O governo brasileiro tem alguns desafios a resolver antes de oferecer na rede pública a vacina contra o HPV. Por exemplo, o tipo de vacina a ser dada e a estratégia para ganhar a adesão de pelo menos 3 milhões de meninas na pré-adolescência. Pouco antes do Natal, os laboratórios interessados em produzir a vacina e vendê-la para o Ministério da Saúde receberam um chamamento para apresentar novas propostas até o fim de janeiro. Há duas vacinas na competição: uma oferece proteção contra dois tipos do vírus ligados ao câncer; outra protege contra esses e outros dois tipos causadores das verrugas. Nos dois casos, a produção será feita em um laboratório público, que receberá transferência de tecnologia de uma empresa estrangeira. Segundo Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do ministério, a pasta considerou limitadas as propostas já feitas ao governo. Além dos preços, o ministério quer detalhes sobre o volume de investimentos nos laboratórios brasileiros que cada proposta demandará. O martelo não está batido, mas o Programa Nacional de Imunizações trabalha com a perspectiva de vacinar meninas de dez e 11 anos no primeiro ano e, depois, as de dez anos. Para ter impacto epidemiológico, a adesão precisa ser de, pelo menos, 70%. Segundo o secretário, será preciso explicar bem a necessidade da vacina. "Algumas mães podem resistir, por parecer que a gente está achando que a filha dela vai ter atividade sexual."

FDA aprova novo medicamento para a tuberculose multirresistente - O órgão americano responsável pelo controle de alimentos e produtos medicinais, o FDA (Food and Drug Administration), aprovou (31) um medicamento pioneiro para o tratamento da tuberculose multirresistente. O Sirturo (bedaquilina) vai atuar como parte do coquetel de fármacos utilizados em adultos, inibindo uma enzima necessária para que a bactéria se replique e se espalhe pelo corpo. A tuberculose é causada pela Mycobacterium tuberculosis, que normalmente afeta pulmões e pode atingir cérebro e rins. O novo medicamento será direcionado aos pacientes que oferecem resistência às duas poderosas drogas, a isonazida e a rifampicina, mais utilizadas no tratamento. Para o diretor do Escritório de Produtos Antimicrobianos do Centro de Avaliação e Pesquisa de Drogas do FDA, Edward Cox, devido à grave ameaça à saúde em todo mundo que é a tuberculose multirresistente, o Sirturo surge como um tratamento bastante necessário a quem não tem outras opções terapêuticas disponíveis. "No entanto, por conta das ameaças à saúde que a droga causa, os médicos devem usá-la apenas em pacientes que não possuem alternativa medicamentosa", afirma Edward Cox. Entre os efeitos, a droga pode causar náusea, dor de cabeça e dores nas articulações e ainda afetar a atividade elétrica do coração, provocando um ritmo cardíaco anormal e potencialmente fatal. A Janssen Therapeutics, fabricante do medicamento, vai fornecer materiais educativos para ajudar na melhor utilização dele.

Governo usa nova lei para diminuir responsabilidade fiscal - O governo Dilma Rousseff aproveitou a proposta de reforma tributária, enviada ao Congresso Nacional, para tentar tornar mais branda a Lei de Responsabilidade Fiscal, que impõe limites aos gastos da administração pública.  A reforma tributária busca acabar com a "guerra fiscal" (disputa entre Estados para conseguir que grandes empresas se instalem nos locais por meio de concessão de benefícios fiscais e isenções). A Lei de Responsabilidade Fiscal está em vigor desde 2000 e com a mudança proposta pela nova lei poderá promover reduções de impostos com mais facilidade, sem cumprir todos os requisitos exigidos atualmente, o que manteria a solidez das contas públicas. A proposta de lei será examinada pelos deputados e senadores a partir de fevereiro de 2013.


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