EUA: comitê pede autorização de teste de Aids em farmácias
Um comitê formado por especialistas pediu nesta terça-feira à Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) que aprove um teste de Aids disponível em farmácias, o que permitiria às pessoas realizar o teste em casa para determinar se têm a doença.
O Comitê Assessor de Produtos do Sangue decidiu de forma unânime, por 17 votos a zero, que o teste para o uso em casa do OraQuik era seguro e eficaz e que os benefícios eram maiores que os possíveis riscos de uso.
A FDA não tem obrigação de seguir os conselhos do comitê assessor, mas frequentemente o faz.
O teste, fabricado pela empresa OraSure, foi aprovado em 2004 para que fosse utilizado pelos profissionais sanitários.
O teste funciona com uma amostra da região externa da gengiva e usa fluidos orais, que não é o mesmo que saliva, para rastrear o HIV.
Os resultados podem ser obtidos em 20 minutos, mas devem ser confirmados por um teste sanguíneo, considerado mais exato.
Segundo os membros do comitê, o teste deverá ter um papel importante para diminuir a propagação do HIV.
PORTAL TERRA / AFP
Bom saber!
Mas não tem benefício nenhum em ter o teste disponível para fazer em casa. Pelo contrário:
- Não há aconselhamento pré-teste
- Não há acolhimento pós-teste
- Não há controle epidemiológico
- Facilita a inexistência de um suporte psicológico mínimo para os exames reagentes
Além disso, não tem como o teste doméstico de farmácia se apresentar como "diminuidor da propagação do hiv".
Se a pessoa vai ter que procurar o serviço de saúde pra fazer os exames confirmatório e complementares de todo modo, e ainda mais para início do tratamento - que vai zerar a carga viral e dificultar a transmissão - então além de tudo, isso não tem benefício significativo coletivo nenhum!
Pedro Scharth
Vai começar de novo o lobby desta empresa na venda deste produto caro, sem qualquer tipo de aconselhamento e nao confirmatorio, temos que incentivar o aumento do teste rápido feito com qualidade e por profissionais de saude.
Abraços,
Rodrigo Pinheiro
Abraços,
Rodrigo Pinheiro
Infelizmente,
Sabemos que estão visando apenas lucro, de nada adiantaria alguem fazer o teste sem um aconselhamento previo e pós.
Quem acompanha o dia a dia das pessoas vivendo sabe o quanto em alguns caso é dificil a aceitação quando se dicobre ser soropositivo. Agora imagine alguem descobrir isto trancado em um quarto sosinho sem o acompanhamento de uma equipe multiprofissional.
Espero que este absurdo não chegue aqui, nem podemos aceitar isto.
Joel Valentim
Conselheiro de saude em São Luis-Ma
Rep. M.M.PVHA no CMS-SLOi Joel,
Já chegou, há uns dois ou três anos atrás esta empresa fez um lobby muito forte na implantação desta tecnologia no Brasil, mas cobramos do Departamento um posicionamento deste absurdo e não tivemos mais notícias deles depois que o Departamento pronunciou, eles já estavam vendendo para alguns Programas Municipais que na época chegava a custar $ 8,00 cada kit, muito acima, mas muito acima do preço do teste rápido, temos que ficar vigilantes.
Rodrigo Pinheiro
Olá a todos.
Aki em minha cidade aconteceu ha alguns dias, um paciente fêz teste de hiv em laboratório
particular e recebeu o resultado via internet.
O resultado foi positivo. Sem pré e pós aconselhamentos, o mesmo tentou suicidio enforcando-se
em uma árvore em sua propriedade. Só não aconteceu o fato, devido o pai, já um senhor idoso,
ter percebido, tendo tempo de cortar a corda que o mesmo havia se pendurado.
Agora ele está bem.
Mas se acontecer de, comprar testes em farmácias, o caos será bastante relevante.
Dory - RNP+PR - Toledo
Gente não se pode dar uma noticia desse porte (hiv)positivo,como se a pessoa estivesse recebendo uma notificação qualquer,recebendo uma conta de agua ,luz.,eu mesmo quando recebi o meu diaguinostico HIV POSITIVO,penssei em mil bestereira isso há 028 anos atraz.,isso não é como fazer uma teste de gravidez,que se compra na farmacia,e vai prá casa e faz. infeliz de que propos isso.
francisco
Pra eles é uma conquista, deve fazer sentido no contexto deles de maneira geral, e não devem ver mesmo como um crime contra os direitos humanos.
Pedro Scharth
PESSOAS:
Pela experiência vivenciada desde 2003 no movimento e na convivência em diversos Grupos que participo e acompanho, o diagnóstico para o HIV/AIDS ainda é muito linkado a morte, em um primeiro momento (fala dos entrevistados sobre este seu primeiro sentimento).
A informação, por mais que nos esforcemos todos e todas nas nossas instituições, nos programas do governo, na saúde ou mesmo individualmente no nosso espírito ativista de transformar as coisas, objetivando o bem social, não é equânime a todos e todas da população.
Ainda vejo muitos jovens chegarem no GPV/RJ o na Rede de Jovens, pela primeira vez, com muito temor daquele diagnóstico recebido. Sim, muitos sabem dos medicamentos e tratamentos, mas o que é mesmo viver com HIV e/ou AIDS no dia-a-dia só pode passar quem vive e convive com esta doença. Muitos até conhecem os efeitos colaterais dos medicamentos e “gelam” com o que ouvem de um e de outro.
Portanto, todo o cuidado, carinho, informação, acolhimento e “ombro amigo (solidariedade ao outro)”, neste momento, das pessoas qualificadas para tal, é de PREPONDERANTE IMPORTÂNCIA. Garanto que todos que conhecem seu diagnóstico como positivo lembram, com detalhes, os primeiros momentos de contato com este diagnóstico e se for de forma adequada e pertinente ameniza muito a reação e a superação (resiliência) que ele/ela terá frente a este novo desafio que fará parte da sua vida até que descubram a tão sonhada CURA.
Logo, é preciso mesmo se discutir tal possibilidade com muito cuidado e atenção antes de colocar em ação no mercado consumidor tal possibilidade abaixo descrita. O povo latino é afetivo, é caliente, é diferente mesmo. O diagnóstico para HIV/Aids é sempre carregado de fortes emoções e significados. CUIDADO! CUIDADO! Até mesmo em casos de testes rápidos em festas, festivais, etc..., salvo melhor juízo.
Depois do diagnóstico (sendo positivo) há um longo caminho a percorrer na saúde e na luta por direitos humanos e sociais respeitados. E garanto: “-não é nada fácil percorrê-los”.
Regina Bueno,
ativista militante/RJ e
Mestre em Políticas, Planejamento e Administração em Saúde Pública.
Resgatando a história.
Fiquei passado!
A FDA aprovou com base em 2 fatores:
i. se o teste é seguro e efetivo
ii. se os falsos positivos e os falsos negativos são compensados pelos benefícios de fazer o teste em casa.
Detalhe: as taxas de falha são muuuuuito altas se comparadas com os testes de laboratório.
Esse que foi aprovado é o OraQuick, e tem outro aguardando aprovação, o OTC.
No OraQuick, a cada 13 positivos verdadeiros, haverá 1 falso negativo.
3,8mil pessoas por ano com HIV+ mas diagnóstico de HIV-!
O conselho consultivo votou por unanimidade pela aprovação (17 a 0).
Na ocasião da audiência pública, a aprovação das 20 instituições representativas de AIDS em geral foi definida na notícia como "esmagadoramente favorável".
Sem contar que não foi mencionada uma única vez sobre os impactos sobre o comportamento e as escolhas das pessoas nesse processo decisório. Nem mesmo a notícia - de um portal completo sobre AIDS - questiona a ausência dessa reflexão.
Sem contar que não foi mencionada uma única vez sobre os impactos sobre o comportamento e as escolhas das pessoas nesse processo decisório. Nem mesmo a notícia - de um portal completo sobre AIDS - questiona a ausência dessa reflexão.
Não sei nem o que pensar!
Estamos anos luz a frente nesse quesito, ou são eles que estão?
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