O sonho acabou, ou vai acabar: Dilma desrespeitou o Programa de Aids. José Araújo Lima é coordenador do Espaço de Prevenção e Atenção Humanizada
José Araújo Lima Filho
A presidenta Dilma conseguiu passar para história por estar exterminando o programa de aids brasileiro e transformando o Departamento de Aids em uma masmorra a ser visitado, em breve, como um museu que guarda-fatos históricos da luta contra a epidemia.
Sempre votei na esquerda, ou quase, mas não podemos permitir que as bandeiras partidárias tapem nossas bocas.
Sinto-me muito a vontade por não ter votado no Serra, que foi um ministro que teve a ousadia de colocar a primeira campanha direcionada ao público-gay na televisão e principais órgãos da imprensa escrita no Brasil.
Como uma mulher que foi eleita com grande respaldo dos movimentos organizados agora se joelha diante dos conservadores religiosos e começa a destruir uma história cheia de lutas e mortes? Como caminhar com uma presidenta que usa seu discurso de Direitos Humanos como lhe convém esquecendo a essência do que rege uma conquista universal?
As ONGs/aids sempre cometeram seus erros, mas nenhuma esteve envolvida nos escândalos que assola o Planalto Central. ONGs, até mesmo de cunho religioso, transformam os sonhos de mudanças em lavanderias. O Movimento de Luta Contra Aids nunca pecou pela omissão e sempre teve a coragem de gritar ao mundo que a vida deveria estar acima de quaisquer conceitos e pré-conceitos.
Nessa luta, dividimos o tempo do luto com a luta e construímos algo parecido com o verdadeiro SUS que sempre lutamos. Enquanto políticos assumiam a autoria do “Melhor programa de aids do mundo”, o movimento continuava a caminhar, e avançando em suas conquistas.
Quantos amigos perdemos? Quantas famílias ficaram e ficam órfãos de uma doença que mata o sistema imunológico e alimenta o preconceito? Qual a diferença entre uma ditadura com suas torturas horrorosas e a aids? As ditaduras não são passíveis de derrubar o preconceito.
Nesse momento, Dilma se esquece de pessoas como Herbert Daniel, Betinho, Peruzzo, Bonfim e milhares de anônimos não menos importantes, preferindo voltar seu pragmatismo a movimentos religiosos conservadores que trazem o Planalto preso às rédeas da chantagem.
Dilma não conhece a história da aids.
Por onde anda a Frente Parlamentar de Gays e de Luta contra Aids que usam os movimentos em seus panfletos em época de eleições nesse momento?
DORMINDO NOS BRAÇOS DO PODER.
O momento que estamos vivendo é dramático e não podemos chorar, porque as lágrimas podem aliviar o espírito, mas não trazem solução. Precisamos partir para indignação: gritar para o mundo que o Brasil não é mais o mesmo; gritar para o mundo que não podemos aceitar uma presidenta que se curve diante das pressões de movimentos religiosos conservadores, ao invés de ouvir o clamor da sociedade em seus extratos mais vulneráveis.
Para que servem os nossos ativistas que hoje estão próximos do governo? Hoje eles não servem para quase nada e que causam certa comoção pelos sapos de saias que estão engolindo. O Departamento de Aids – do Ministério da Saúde - não tem mais autonomia, vive sobre a intervenção do gabinete ministerial.
Dilma nos envergonha e não podemos nos dobrar diante de tal atitude. Vamos nos rebelar. Nesse momento a Frente Parlamentar deve dizer a que veio ou estará fadada a ser enterrada pelo descrédito. A nossa cidadania corre risco e em memória dos que foram e dos que têm direito a vida chegou a hora de dizer BASTA.
Jose Araujo Lima Filho é ativista do movimento social de luta contra a aids e coordenador do Espaço de Prevenção e Atenção Humanizada (EPAH) em São Paulo.
Os artigos publicados pela Agência de Notícias da Aids são de inteira responsabilidade dos colaboradores e não expressam obrigatoriamente as opiniões desta agência.
Sempre votei na esquerda, ou quase, mas não podemos permitir que as bandeiras partidárias tapem nossas bocas.
Sinto-me muito a vontade por não ter votado no Serra, que foi um ministro que teve a ousadia de colocar a primeira campanha direcionada ao público-gay na televisão e principais órgãos da imprensa escrita no Brasil.
Como uma mulher que foi eleita com grande respaldo dos movimentos organizados agora se joelha diante dos conservadores religiosos e começa a destruir uma história cheia de lutas e mortes? Como caminhar com uma presidenta que usa seu discurso de Direitos Humanos como lhe convém esquecendo a essência do que rege uma conquista universal?
As ONGs/aids sempre cometeram seus erros, mas nenhuma esteve envolvida nos escândalos que assola o Planalto Central. ONGs, até mesmo de cunho religioso, transformam os sonhos de mudanças em lavanderias. O Movimento de Luta Contra Aids nunca pecou pela omissão e sempre teve a coragem de gritar ao mundo que a vida deveria estar acima de quaisquer conceitos e pré-conceitos.
Nessa luta, dividimos o tempo do luto com a luta e construímos algo parecido com o verdadeiro SUS que sempre lutamos. Enquanto políticos assumiam a autoria do “Melhor programa de aids do mundo”, o movimento continuava a caminhar, e avançando em suas conquistas.
Quantos amigos perdemos? Quantas famílias ficaram e ficam órfãos de uma doença que mata o sistema imunológico e alimenta o preconceito? Qual a diferença entre uma ditadura com suas torturas horrorosas e a aids? As ditaduras não são passíveis de derrubar o preconceito.
Nesse momento, Dilma se esquece de pessoas como Herbert Daniel, Betinho, Peruzzo, Bonfim e milhares de anônimos não menos importantes, preferindo voltar seu pragmatismo a movimentos religiosos conservadores que trazem o Planalto preso às rédeas da chantagem.
Dilma não conhece a história da aids.
Por onde anda a Frente Parlamentar de Gays e de Luta contra Aids que usam os movimentos em seus panfletos em época de eleições nesse momento?
DORMINDO NOS BRAÇOS DO PODER.
O momento que estamos vivendo é dramático e não podemos chorar, porque as lágrimas podem aliviar o espírito, mas não trazem solução. Precisamos partir para indignação: gritar para o mundo que o Brasil não é mais o mesmo; gritar para o mundo que não podemos aceitar uma presidenta que se curve diante das pressões de movimentos religiosos conservadores, ao invés de ouvir o clamor da sociedade em seus extratos mais vulneráveis.
Para que servem os nossos ativistas que hoje estão próximos do governo? Hoje eles não servem para quase nada e que causam certa comoção pelos sapos de saias que estão engolindo. O Departamento de Aids – do Ministério da Saúde - não tem mais autonomia, vive sobre a intervenção do gabinete ministerial.
Dilma nos envergonha e não podemos nos dobrar diante de tal atitude. Vamos nos rebelar. Nesse momento a Frente Parlamentar deve dizer a que veio ou estará fadada a ser enterrada pelo descrédito. A nossa cidadania corre risco e em memória dos que foram e dos que têm direito a vida chegou a hora de dizer BASTA.
Jose Araujo Lima Filho é ativista do movimento social de luta contra a aids e coordenador do Espaço de Prevenção e Atenção Humanizada (EPAH) em São Paulo.
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