15/02/2012 - 17h20
O suposto veto do Governo Federal ao filme criado pelo Ministério da Saúde para incentivar a prevenção das DST/Aids entre os jovens gays durante o Carnaval também foi criticado nesta quarta-feira, 15 de fevereiro, pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT).
Segundo nota divulgada pela Associação que reúne 257 grupos espalhados pelo País, a Presidenta da República, Dilma Rousseff, deveria vir a público comentar a polêmica. “Se a campanha foi elaborada pelo Ministério da Saúde e aprovada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, o que fez o Ministério da Saúde retirá-la do ar (do site do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais) e elaborar novos materiais?“, questiona o documento.
Com duração de 30 segundos, o filme, que segundo a ABGLT foi vetado, mostra dois jovens gays na balada prestes a ter relações sexuais sem camisinha, quando uma fadinha surge com um preservativo. (Assista aqui). Já o vídeo que será veiculado na TV, traz dois jovens atores, um homem e uma mulher, informando dados estatísticos da epidemia.
“Esse novo material prova que as políticas de saúde pública também se tornaram alvo da higienização moralista que vem ganhando espaço no Governo Federal, que se acovarda perante os ataques do fundamentalismo religioso que ameaçam diuturnamente a laicidade como princípio básico do Estado brasileiro”, informa a nota.
Uma das queixas da ABGLT é que o Ministério da Saúde não divulgou quem foi o responsável pela modificação da campanha. “Atitudes como essas são constantes em governos antidemocráticos, que não respeitam a sociedade nem a construção coletiva das políticas públicas. Omitir informações, negar e silenciar são práticas de governos conservadores, que não têm compromisso com os movimentos sociais”.
Ativistas do movimento LGBT pedem ainda que Dilma receba o movimento para uma reunião. “A Presidenta não recebe o Movimento LGBT, mas já recebeu duas vezes a bancada fundamentalista. Relembramos a afirmação que fez no discurso da posse: ´Não haverá de minha parte e do meu governo discriminação, privilégios ou compadrio´”.
Ainda de acordo com a nota, a ABGLT expressa “seu repúdio à homofobia institucional que vem se manifestando em determinadas ações do Governo Federal e convoca todas as entidades de direitos humanos, suas instituições afiliadas, organizadoras das mais de 200 Paradas do Orgulho LGBT a combater a homofobia no Brasil”.
Por fim, a Associação afirma que tomará as medidas necessárias para denunciar a influência do “fundamentalismo religioso junto ao Governo Brasileiro”, recorrerendo ao Ministério Público Federal, à Organização dos Estados Americanos e à Organização das Nações Unidas.
Acesse aqui o comunicado na integra.
Redação da Agência de Notícias da Aids |
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