13/06/2011 - 11h55
O ativista Hugo Hagström, do Grupo de Incentivo à Vida (GIV) de São Paulo, e o diretor adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Eduardo Barbosa, participaram nesse domingo no Programa Cidadania em Destaque, produzido pelo Fórum de ONG/Aids do Estado de São Paulo no canal de TV pela internet All TV. Eles debateram as conquistas, os desafios e os erros nas três primeiras décadas da pandemia
Hugo e Eduardo lembraram que o primeiro impacto da doença foi a grande carga de preconceito e a ideia de sentença de morte que a aids trouxe. “O estigma era tão devastador que muitas pessoas morreram por abandono, medo e vergonha de portar uma doença que o principal meio de transmissão é o sexo”, comentou Hugo.
Já Eduardo lembrou que nos primeiros anos da doença ele sempre ia a velórios de amigos que morreram em decorrência a aids. “Muitos que participavam de grupos de ajuda mútua em organizações não governamentais morreram porque chegavam ao hospital já no estágio de aids”.
Hugo afirmou ainda que todos precisam saber que são vulneráveis ao HIV. O ativista se referiu ao fato da população heterossexual ter dificuldade em aceitar o HIV ou aderir ao tratamento por considerar que é uma doença da população homossexual.
Eles ressaltaram também o problema da banalização da aids. “As pessoas sabem que existe o tratamento e que o governo disponibiliza a medicação, mas elas não têm noção do que é administrar um tratamento para o resto da vida”, desabafou Hugo. Para Eduardo, “é possível viver com aids, continuar trabalhando, amando, mas não é fácil”, declarou.
Desafios
Um dos desafios, segundo Hugo, é diminuir o estigma. “O preconceito e a discriminação causam dificuldade para as pessoas HIV + aderirem ao tratamento e a vida como pessoa infectada”.
Outro desafio citado por Hugo é o tratamento. “A terapia deveria ser pensada como estratégia de prevenção. Se o portador tiver uma adesão correta do tratamento, controlar o CD4 e a carga viral, a probabilidade de infectar a outra é mínima”, declarou.
Já Eduardo acredita que o próximo desafio é aumentar o financiamento na luta contra a doença. “Precisamos no mundo de mais ou menos 20 bilhões de reais para chegar ao patamar e metas estabelecidas pela ONU, como zerar a transmissão, mas hoje temos a metade deste investimento. Os países ricos precisam voltar a investir no combate da doença”, finalizou.
O programa Cidadania em Destaque é veiculado aos domingos, das 11h as 12h, no site www.alltv.com.br.
Talita Martins |
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Inclua algum cometário: