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domingo, 12 de junho de 2011

Discurso do Ministro da Saúde no encerramento da Reunião de Alto Nível da ONU (UNGASS/AIDS)



Senhor Secretário-Geral, 
Dr. Michel Sidibé, 
Senhores ministros e representantes governamentais, 
Senhoras e senhores, 

É um prazer me dirigir a esta assembleia e chamar sua 
atenção ao fato de que, no Painel Global para a Resposta do 
Setor Saúde a HIV/Aids 2001 -2015, nós estabelecemos um 
compromisso sólido no foro das Nações Unidades. Desde o 
começo de nossa jornada, nós temos obtido conquistas 
importantes como a expansão da testagem para o HIV, 
acompanhada de aconselhamento, a melhora na prevenção, a 
aceleração no crescimento da escala de tratamento, o 
fortalecimento dos sistemas de saúde e a melhora nas 
estratégias de informação para mensurar a resposta ao vírus. 

Eu gostaria de destacar as melhorias na resposta global à 
epidemia de HIV/Aids, traduzidas no estabelecimento da 
UNAIDS e da estratégia da Organização Mundial de Saúde 
2011-2015. Muito já foi feito, mas todos sabemos que ainda há 
muitos desafios a superar. 

De qualquer modo, desde 2006, muita coisa mudou. Há um 
reconhecimento crescente da importância de incluirmos o HIV 
na agenda de saúde pública e desenvolvimento de forma mais 
amplas. Particularmente, eu gostaria de enfatizar as conexões 
entre a resposta ao HIV e o êxito no atingimento nos Objetivos 
de Desenvolvimento do Milênio, na nova agenda de Atenção 
Básica como abordagem geral para o fortalecimento dos 
sistemas de saúde. Confrontar os determinantes sociais da 
saúde é também uma poderosa ferramenta para melhorarmos 
a qualidade de vida. 

Para nós, este movimento é muito importante, um passo à 
frente, considerando que temos objetivos como a eliminação da 
transmissão de mãe para filho até 2015 e a redução 
substancial da mortalidade materna relacionada à Aids, além 
da aceleração de esforços para oferecer acesso a tratamentos 
antirretrovirais com o alvo de 15 milhões de pessoas até 2015. 

Senhor Secretário Geral, 

Eu gostaria de enfatizar algumas conquistas de longo prazo: 

É importante destacar a inclusão de populações-chave nessa 
declaração, como HSH, profissionais do sexo e usuários de 
drogas injetáveis. Estes são grupos que, mundialmente e 
principalmente em nossa região, têm estado no foco de nossas 
políticas públicas para Aids. Por outro lado, estes grupos 
tiveram um papel importante na elaboração destas políticas e 
na luta contra a epidemia.  

Nós reiteramos a importância das pessoas que vivem com 
HIV/AIDS na resposta contra a epidemia, especialmente entre 
os mais jovens. 

O Governo Brasileiro está completamente comprometido com o 
reconhecimento de remédios acessíveis, inclusive com 
ampliação da oferta de genéricos e o reconhecimento de que 
os direitos de propriedade intelectual devem ser interpretados e 
implementados de modo a proteger a saúde pública. 

A despeito de todos os aspectos positivos destacados 
previamente, eu acredito que muito mais ainda precisa ser feito 
para avançarmos na luta contra a epidemia. As longas 
discussões durante a negociação da declaração nos mostram 
claramente que ainda há muito no que avançar, principalmente: 

- A garantia dos direitos humanos de populações chave, 
especialmente HSH, profissionais do sexo e usuário de drogas, 
mas também transgêneros, travestis e a população carcerária, 
entre outros; 

- A promoção de estratégias baseadas em evidências, 
como o uso de preservativos como a mais efetiva ferramenta 
de prevenção; 

- A remoção de todas as barreiras ao acesso, 
principalmente em termos de administração da propriedade 
intelectual em prol da saúde pública. Para isso, apoiamos a 
implantação completa e imediata da Estratégia Global da OMS 
e do Plano de Ação em Saúde Pública, Inovação e Propriedade 
Intelectual; 

- É de reconhecimento internacional que os direitos de 
propriedade intelectual têm um grande impacto no preço dos 
medicamentos e que a sua flexibilização é uma ferramenta 
importante para ampliar o acesso; 

- Conforme prevê o próprio acordo TRIPS, os países 
devem reforçar os direitos de propriedade intelectual, mas essa 
não é uma prerrogativa das autoridades de saúde. Nós temos 
de garantir que, após a expiração de patentes, medicamentos 
genéricos possam ser negociados legitimamente com 
qualidade, segurança e eficácia, com o foco de fortalecer as 
políticas de genéricos e promover acesso; 

- Finalmente, nós estamos preocupados com o risco de que 
a falta de recursos financeiros seja um impedimento à 
promoção do acesso. O mais importante é priorizar o 
funcionamento de diferentes mecanismos de financiamento, 
como UNITAID e Fundo Global, bem como iniciativas bilaterais 
e multilaterais. 

Obrigado 

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