CLIPPING - 20/jun./2011
Pobreza dá câncer? (Gilberto Dimenstein) - Um relatório produzido pela Sociedade Americana do Câncer, recém divulgado, informa que 60 mil mortes precoces apenas nos Estados Unidos seriam evitadas todos os anos se os mais pobres tivessem as mesmas possibilidades de acesso à saúde e informação que os mais ricos. Segundo esse relatório, 1 milhão de mortes foram evitadas de 1990 a 2007 por algum tipo de câncer. A maior queda ocorreu no câncer de pulmão --o que revela o esforço contra o tabagismo. Nesse período, evitaram-se quase 1 milhão (isso mesmo, 1 milhão) de mortes prematuras. Alguns dos fatores: mulheres mais educadas fazem exames mais cedo, detectando tumores ainda em fase inicial. Homens se submetem mais a exames na próstata. Quando se analisa, porém, os segmentos com menos educação, a queda da mortalidade foi muito menor. Não é um problema apenas de dinheiro, mas também de informação. Daí se vê o custo da ignorância. Vaidade precoce arrisca saúde das pré-adolescentes- Em nome da estética, as pré-adolescentes estão adotando práticas que pesam no bolso e não têm eficácia. Algumas podem até trazer prejuízos à saúde. Atrasar a menstruação com hormônios para ficarem mais altas, tomar pílula anticoncepcional para se ver livre de espinhas e aplicar ácido na pele a fim de torná-la mais clara são alguns exemplos de atividades na rotina das meninas. Médicos alertam: é preciso que os pais fiquem atentos ao que as filhas andam fazendo na frente do espelho. Se tanta vaidade não puder ser evitada, o ideal é procurar orientação e evitar que a princesa vire sapo. Jovens com repulsa a sexo usam web para encontrar semelhantes- Toda vez que pensa naquilo, Bia*, 20, sente um friozinho na barriga. E não do tipo bom. "Na minha cabeça, sexo é algo meio sujo. Sinto repulsa.". Ela é virgem e quer continuar assim para sempre. O primeiro beijo só foi dar este ano, de curiosa. Não curtiu. É possível viver bem sem sexo, dizem especialistas. A moça não está só. Uma pesquisa do Datafolha de setembro de 2009 revelou que 5% dos jovens de 18 a 24 anos não veem graça no sexo. No Orkut, uma comunidade com 300 membros assexuais é bastante ativa. Um dos tópicos combinava um encontro (para comer cachorro-quente). Outro debatia como lidar com namorados que gostam de sexo ("faço por dó, só para ele parar de encher"). Os assexuais lutam para chegar a um "ponto G" bem peculiar: provar à sociedade que rejeitar sexo é uma orientação como outra qualquer. Exame que detecta catarata infantil é ignorado na maioria dos Estados- Apesar de ser um exame rápido, simples e indolor, apenas dez dos 27 Estados brasileiros tornaram o "teste do olhinho" obrigatório em toda a rede. O exame, entre outras coisas, é capaz de detectar catarata infantil - problema responsável por cerca de até 20% dos casos de cegueira ou baixa visão. Entre os Estados que aprovaram leis obrigando a adoção do exame estão São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina e Mato Grosso. Em alguns deles, a lei determina que a criança seja operada em até 30 dias após o diagnóstico. O Ministério da Saúde diz que considera o teste do olhinho tão simples que ele deveria fazer parte do exame físico da criança independente de ser uma lei. Por isso, ainda avalia uma maneira de tornar o procedimento obrigatório em todo o País - ele já foi incluído na Rede Cegonha. Sexo não ajuda nem prejudica cardíacos - Homens com doenças cardiovasculares frequentemente perguntam se a atividade sexual chega a ser perigosa para eles, podendo provocar um ataque cardíaco no meio da excitação ou se o exercício na realidade é bom para o coração. Uma nova avaliação realizada pelo boletim Men’s Health Watch, da Universidade Harvard, indica que, enquanto exercício, o sexo provavelmente não é muito útil para o coração. E, provavelmente, tampouco é muito perigoso. Contra aborto bispo afirma que geralmente o estupro acontece com o consentimento da mulher- Em 2005, o Ministério da Saúde editou uma norma técnica para os casos de aborto permitidos por lei e determinou que a vítima de estupro não precisaria apresentar um Boletim de Ocorrência (BO) para fazer o aborto, com base no Código Penal. Para o bispo católico dom Luiz Gonzaga Bergonzini, da sede da diocese de Guarulhos em São Paulo, foi uma ação para flexibilizar a prática e tornou-se uma brecha. A discussão sobre o aborto logo voltará ao centro do debate no país e o bispo diz estar preparado para orientar os fiéis. Em agosto, o Supremo Tribunal Federal deve julgar a jurisprudência dos casos de anencefalia fetal. Juiz anula união estável entre casal homossexual em Goiânia - O juiz da 1 Vara da Fazenda Pública de Goiânia, Jeronymo Pedro Villas Boas, contrariando decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a união homoafetiva como entidade familiar, anulou, por ofício (quando o juiz, sem ser provocado, toma o processo para si e decide), a união entre o estudante Odílio Torres e o jornalista Leo Mendes, de Goiânia, na sexta-feira. O casal recorreu no domingo ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), presidido pelo presidente do STF, Cezar Peluso. Para eles, o magistrado goiano agiu com preconceito. Além de invalidar a união, Villas Boas determinou que todos os cartórios de Goiânia não registrem casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Ele argumenta que a decisão do STF é inconstitucional e que a modificação na Constituição para permitir a união de homoafetivos tem de ser feita pelo Congresso. Governo corta verba para alcoolismo e eleva para droga ilícita - É a política do cobertor curto. O governo reduziu entre 1998 e 2007 as verbas para tratar dependentes de álcool e aumentou para quem usa drogas ilícitas como crack, cocaína e maconha, segundo levantamento do economista Daniel Cerqueira, da Fundação Getúlio Vargas do Rio. Não há números muito precisos, mas a dependência de álcool atinge cerca de 16 milhões de pessoas. Já os dependentes de drogas ilícitas não são mais do que 6 milhões. ANS determina prazos para planos de saúde agendarem consultas - A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) publica hoje uma resolução obrigando os planos de saúde a cumprir prazos mínimos de atendimento para seus usuários. De acordo com o texto, as consultas básicas com pediatras, ginecologistas, obstetras e clínicos terão que ser marcadas em no máximo sete dias. Já as consultas com os demais especialistas, como cardiologistas, deverão ser marcadas em até 14 dias. A resolução determina também que exames para diagnóstico por laboratório de análises clínicas (como os de sangue e urina) sejam agendados em até três dias. Os procedimentos de maior complexidade, como tomografia e ressonância magnética, terão que ser marcados em até 21 dias.
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