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sábado, 28 de maio de 2011

Vídeo vetado por Dilma era usado desde 1995

CORREIO BRAZILIENSE - DF | BRASIL
LGBT
28/05/2011
No kit contra a homofobia que teve a circulação suspensa, há produções usadas em sala de aula há 16 anos.
Larissa Leite
Leandro Kleber
Baseado em uma história verídica, o vídeo Boneca na mochila conta a história de uma mãe aflita, chamada a comparecer à escola onde o filho estuda porque o flagraram com uma boneca na mochila. O vídeo, incluído no kit contra a homofobia do Ministério da Educação suspenso pela presidente Dilma Rousseff, foi produzido em 1995. Desde então, é utilizado para capacitar profissionais vinculados a secretarias de Educação de todo o país pela organização não governamental Ecos - Comunicação em Sexualidade. Segundo a coordenadora de criação da ONG, Maria Helena Franco, não é possível estimar quantos estudantes entraram em contato com o vídeo. "Já fornecemos a milhares de instituições. É um material consagrado e muitas escolas trabalham com ele", afirma.
De acordo com a ONG, o Boneca na mochila deve ser utilizado não apenas com estudantes, mas para a formação de educadores, mães, pais e familiares da comunidade. "Os vídeos são acompanhados de guias de discussão e sugestões de atividades. Os profissionais que vão usar qualquer material do kit devem ser capacitados", reiterou Helena. Segundo a coordenadora, 180 educadores já foram capacitados para usar o kit, em cinco seminários, ainda que ele tenha sido suspenso. Além do vídeo, a animação Medo de quê?, de 2005, também foi integrada ao kit. Outros três audiovisuais, Torpedo, Encontrando Bianca e Probabilidade, foram produzidos especialmente para o projeto Escola sem Homofobia.
Ontem, o ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que um dos motivos pelos quais a presidente suspendeu a distribuição teria sido uma "frase inadequada". Em uma das falas, um garoto afirma que "ficar com meninos e meninas aumenta a sua probabilidade" de encontrar alguém. "A frase sugere que bissexualidade seja uma coisa boa e o objetivo do material é combater a homofobia", comentou Haddad.

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