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18ª Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas, Boston, USA, 27 de Fevereiro - 2 de Março de 2011
Quinta-feira, 3 de Março de 2011
Conteúdos
Tratamento para o VIH: transmissão de resistência
Há uma evidência crescente da transmissão de estirpes do VIH resistentes aos medicamentos anti-retrovirais nos países de baixo e médio rendimento.
Investigações decorrentes em onze países da África subsaariana demonstraram que a possibilidade de detectar a transmissão de resistências aumentou até um terço por cada ano em que o país aumentou a cobertura do tratamento.
Um estudo independente que envolveu pessoas recentemente diagnosticadas com VIH, em Kampala, demonstrou que, aproximadamente 9% tinha sido infectado por vírus resistentes, a pelo menos, um fármaco anti-retroviral.
Na América Central e Latina, as taxas de transmissão de resistências também aumentaram – tão altas como 7% no México e 20% em alguns locais do Brasil.
Investigações da Organização Mundial de Saúde evidenciaram que alguns países africanos estão a esforçar-se para disponibilizar o nível de tratamento para o VIH necessário para reduzir o risco de resistência. O stock de medicamentos é, frequentemente, reduzido; houve grandes perdas nas taxas de acompanhamento e, muitas vezes, os doentes não levantaram os medicamentos em tempo útil.
Tratamento para o VIH: uma toma diária de raltegravir
Tomar raltegravir (Isentress®) uma vez ao dia tem resultados piores do que a toma duas vezes ao dia para as pessoas que iniciam o tratamento anti-retroviral pela primeira vez.
Os doentes que tomavam uma dose diária tinham menor probabilidade de suprimir a carga viral para níveis indetectáveis.
O raltegravir é uma recente e importante opção de tratamento, em especial, para pessoas experimentadas.
Está aprovado para ser tomado duas vezes ao dia.
Contudo, os seus principais concorrentes são as terapêuticas de apenas uma toma diária e, algumas investigações, indicam que os doentes consideram menos conveniente mais do que uma dose diária, levando a uma fraca adesão e, assim, a uma menor possibilidade de conseguirem alcançar a supressão viral.
Desta forma, foi desenhado um estudo para observar a segurança e eficácia de uma dose diária de raltegravir. O estudo envolveu 770 doentes a iniciar a terapêutica anti-retroviral pela primeira vez. Foram randomizados para receber doses de raltegravir de 800mg uma vez ao dia, ou de 400mg duas vezes ao dia. Os doentes também tomaram Truvada® (FTC/tenofovir).
Após um ano de tratamento, 83% dos doentes tinham carga viral abaixo das 50 cópias/ml, quando comparado com 89% daqueles que fizeram o tratamento composto por duas doses diárias.
Uma toma diária de raltegravir teve maus resultados, em específico, em doentes com contagem da carga viral inicial acima das 100,000 cópias/ml. Apenas 75% destes alcançaram carga viral abaixo das 50 cópias/ml, comparado com 84% daqueles que tomaram o medicamento duas vezes ao dia.
Foram observados níveis mais baixos de raltegravir no sangue nas pessoas a fazer o tratamento uma vez ao dia.
Os investigadores, assim, concluíram que o tratamento com raltegravir uma vez ao dia tinha era inferior.
Os doentes que tomavam uma dose diária tinham menor probabilidade de suprimir a carga viral para níveis indetectáveis.
O raltegravir é uma recente e importante opção de tratamento, em especial, para pessoas experimentadas.
Está aprovado para ser tomado duas vezes ao dia.
Contudo, os seus principais concorrentes são as terapêuticas de apenas uma toma diária e, algumas investigações, indicam que os doentes consideram menos conveniente mais do que uma dose diária, levando a uma fraca adesão e, assim, a uma menor possibilidade de conseguirem alcançar a supressão viral.
Desta forma, foi desenhado um estudo para observar a segurança e eficácia de uma dose diária de raltegravir. O estudo envolveu 770 doentes a iniciar a terapêutica anti-retroviral pela primeira vez. Foram randomizados para receber doses de raltegravir de 800mg uma vez ao dia, ou de 400mg duas vezes ao dia. Os doentes também tomaram Truvada® (FTC/tenofovir).
Após um ano de tratamento, 83% dos doentes tinham carga viral abaixo das 50 cópias/ml, quando comparado com 89% daqueles que fizeram o tratamento composto por duas doses diárias.
Uma toma diária de raltegravir teve maus resultados, em específico, em doentes com contagem da carga viral inicial acima das 100,000 cópias/ml. Apenas 75% destes alcançaram carga viral abaixo das 50 cópias/ml, comparado com 84% daqueles que tomaram o medicamento duas vezes ao dia.
Foram observados níveis mais baixos de raltegravir no sangue nas pessoas a fazer o tratamento uma vez ao dia.
Os investigadores, assim, concluíram que o tratamento com raltegravir uma vez ao dia tinha era inferior.
Efeitos secundários: perda óssea
Imagem: Estudo apresentado porIghovwerha Ofotokun durante o CROI 2011. Fotografia de Liz Highleyman / aidsmap.com
Alterações do sistema imunitário, logo após o início da terapêutica anti-retroviral, parecem estar associadas a perda óssea, segundo indica um pequeno estudo.
A perda de densidade óssea é agora reconhecida como um efeito secundário da terapêutica anti-retroviral. A causa exacta é desconhecida, como também, as consequências clínicas a longo prazo.
Os investigadores norte-americanos concentraram-se nas alterações do sistema imunitário, nas primeiras doze semanas após o inicio da terapêutica anti-retroviral. Muitos doentes tiveram uma recuperação considerável das células CD4 durante este período. A activação imunitária tem sido associada com a perda óssea em doentes seronegativos para o VIH.
No estudo participaram 20 doentes a iniciar a terapêutica pela primeira vez. Todos tiveram uma boa resposta à terapêutica e, após seis meses, 19 pessoas tinham alcançado carga viral indetectável.
Contudo, os testes ao sangue para monitorizar os biomarcadores de formação óssea demonstraram haver perda óssea durante este período.
Houve um grave aumento na reabsorção óssea (perda ou reassimilação óssea) nas semanas imediatamente após o inicio da terapêutica anti-retroviral. Os investigadores comentaram que esta mudança foi semelhante à observada no período da menopausa das mulheres.
A perda óssea aumentou nas doze semanas após o início do tratamento.
Um estudo em animais teve resultados semelhantes, e demonstrou que a perda óssea foi acompanhada pela reconstituição imunitária.
Os investigadores pensam que as suas conclusões podem ter implicações nos cuidados para o VIH e, que o tratamento para prevenir a perda óssea pode ser adequado durante as primeiras fases da terapêutica anti-retroviral.
VIH e hepatite C: o telepravir com bons resultados
Imagem: Estudo apresentado por Mark Sulkowski durante o CROI 2011. Fotografia de Liz Highleyman / aidsmap.com
O inibidor da protease da hepatite C telepravir parece ter bons resultados em pessoas co-infectadas pelo VIH e hepatite C.
O medicamento experimental foi administrado em combinação com a já estabelecida terapêutica para a hepatite C, que consiste em pegintron e rebavirina.
O telaprevir é conhecido por ter bons resultados quando combinando com estes fármacos em doentes apenas infectados pelo vírus da hepatite C. Os investigadores pretendiam observar a segurança e eficácia deste medicamento experimental em doentes co-infectados.
A investigação foi composta por duas partes. A primeira, incluiu doentes com uma contagem de células CD4 elevada que não estavam ainda sob terapêutica anti-retroviral.
A segunda, envolveu pessoas sob terapêutica anti-retroviral baseada quer em efavirenze (Sustiva® ou Stocrin®) ou atazanavir (Reyataz®). Estes medicamentos foram selecionados, uma vez que os testes laboratoriais demonstraram haver uma baixa interacção com o telaprevir.
Os doentes em ambos os grupos do estudo foram randomizados para receber telaprevir ou placebo.
No geral, após quarto semanas de tratamento, 70% das pessoas sob telaprevir tinham carga viral indetectável para a hepatite C, comparado com apenas 5% daqueles sob o efeito placebo.
Os resultados foram descriminados de acordo com o tipo de tratamento para o VIH que cada doente fazia. A carga viral indetectável para a hepatite C foi observada em 75% das pessoas sob o regime terapêutico baseado no efavirenze; e em 65% das pessoas sob o regime terapêutico baseado no atazanavir.
No entanto, o pequeno número de doentes do estudo fez com que os investigadores não pudessem comparar os resultados entre os fármacos.
Os níveis sanguíneos do telaprevir foram bons, e tinham apenas um modesto impacto na concentração dos medicamentos anti-retrovirais. O tratamento com telaprevir não teve um efeito secundário na carga viral do VIH ou na contagem de células CD4.
Os investigadores afirmaram que se sentiriam confiantes em tratar os doentes com telaprevir que estejam sob efavirenze ou atazanavir.
O ensaio clínico contínua.
Prevenção: microbicidas e PrEP
Imagem: Agradecimento ao Microbicide Trials Network, da University of Pittsburgh e ao Magee-Womens Research Institute.
Um estudo em África e nos E.U.A. reportou que as mulheres norte-americanas preferiam a profilaxia pré-exposição (PReP) oral ao microbicida vaginal em gel. As mulheres africanas, contudo, não tinham preferência entre os dois.
As mulheres do estudo utilizavam produtos que continham tenofovir (Viread®). Foram randomizadas para tomar um comprimido oral de tenofovir PrEP, usar o gel microbicida diariamente, ou ambos.
As concentrações de tenofovir na vagina foram mais elevados nas mulheres que utilizaram o gel, mas as concentrações sanguíneas do fármaco foram mais elevados nas mulheres que tomaram comprimidos.
No geral, 93% das mulheres afirmou que utilizariam os comprimidos se, necessário, no futuro; 83% o gel e 82% ambas as formulações.
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