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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Os mais recentes apoios a Serra[Carta Capital]

Colunistas| 29/10/2010 | 
DEBATE ABERTO

Os mais recentes apoios a Serra

Se perguntados sobre se apóiam forças obscurantistas que querem falsear uma eleição no Brasil alegando trevas inquisitoriais disfarçadas de religião, dirão: nós?! Como assim?! Jamais?! Nós somos pela liberdade de pensamento!
Pode ser que ainda surja mais algum. Mas os mais recentes e notórios apoios a Serra foram três: Financial Times, The Economist, e Bento XVI.
Nenhum deles supreeende.
Uma coisa: Financial Times e The Economist são fontes obrigatórias para quem quiser estar bem informado sobre o mundo. Por quê? Porque separam informação de linha editorial, coisa que não acontece com nossa mídia oligárquica, a hoje chamada velha imprensa. Mas assim mesmo, é incrível a desinformação de ambas as publicações. Por quê?
Porque, se perguntadas sobre seu eventual apoio à ditadura brasileira, mesmo que no passado, seus editores recuarão horrorizados. Como assim? Não faríamos isso, jamais!
Se perguntados sobre se apóiam forças obscurantistas que querem falsear uma eleição no Brasil alegando trevas inquisitoriais disfarçadas de religião, dirão: nós?! Como assim?! Jamais?! Nós somos pela liberdade de pensamento!
Se confrontadas com a realidade de que estão apoiando um candidato em torno de quem se cristalizou o que de pior restou da ditadura brasileira - os porões, os sótãos, os torturadores, os inimputáveis, os que se compraziam com a dor alhea - arregalarão britanicamente os olhos: 'nós?!!! Como assim?!!! We are democrats!!!!
Se disserem a eles que apoiam um candidato que pediu que as "moças bonitas" (sic) peçam a seus pretendentes que votem nele, para terem melhores chances com elas, elevarão as londrinas sobrancelhas: Hein? Nós fizemos isso? Jamais! The Queen would be disgusted!
Se dissessem a eles que um dos jornais que apóiam Serra - um dos mais importantes - demitiu sumariamente uma colaboradora de renome nacional porque ela escreveu um artigo que contrariava a sua linha editorial no quadro da eleição, dizendo basicamente que o voto dos pobres devia valer o mesmo que o dos ricos - ambos, Economist e Financial - diriam: como assim? Aqui, nas nossas páginas, isso não aconteceria! ( O que, ademais, é verdade).
Então: mesmo na imprensa internacional tradicional, muito melhor do que a nossa oligárquica e velha, reina muita desinformação, ou má fé.
Agora, quanto a Bento XVI, nada nada tenho a comentar. Deixo o julgamento com vocês. E com Deus. Ele, sua Santidade, que se vire quando perante ele comparecer.

Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.

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