17/08/2010 - 15h30
Cerca de 50 alunos da Trevisan Escola de Negócios participaram na noite dessa segunda-feira em São Paulo do evento "Comunicação, Saúde Pública, AIDS e Cidadania", idealizado pela Agência de Notícias da AIDS. Neste que foi o quarto debate do projeto, os palestrantes convidados foram a médica infectologista do Programa Municipal de DST/AIDS Zarifa Khouri e a integrante da Rede Nacional de Jovens Vivendo com o HIV/AIDS Micaela Cyrino.
A editora executiva da Agência, Roseli Tardelli, mediadora do debate, fez uma breve apresentação sobre a abordagem do tema AIDS pela mídia nesses vinte e nove anos de epidemia. Ela citou alguns equívocos, como rotular a doença de "câncer gay" e também a utilização de conceitos errados como "grupos de risco".
Micaela Cyrino falou sobre sua experiência de ter sido criada em uma casa de apoio para crianças soropositivas. "Antigamente, essas instituições eram feitas para crianças que iam morrer. Hoje, as coisas mudaram. Qual a orientação que deve ser dada para essas crianças que estão se tornando adultas?", questionou a ativista. Ela ainda contou que quando era mais nova, não falava sobre sua sorologia. No entanto, à medida que foi crescendo, se deu conta que, para acabar com o preconceito era preciso falar para outras pessoas, não só aquelas que viviam com o HIV.
Os alunos quiseram saber se Micaela fala sobre seu status sorológico quando está namorando e se já tinha se apaixonado por alguém que não era portador do vírus. "Para mim, isto é muito tranquilo, discutimos muito o assunto na Rede. Quando se trata de sentimento, a gente quer partilhar tudo", respondeu.
Zarifa explicou um pouco a trajetória da epidemia no Brasil e no mundo e sobre o grau de vulnerabilidade das pessoas perante ao vírus. "A gente sempre pensa: a AIDS não é comigo, é com outro. A AIDS vai atrás de quem não se cuida, de quem não se sente vulnerável", disse ela, ressaltando o crescimento da epidemia entre os idosos e entre mulheres heterossexuais casadas.
Esclarecendo as dúvidas colocadas pelos estudantes, a médica explicou a dificuldade para se descobrir a cura da doença. "O HIV é um parasita da célula, ele entra no nosso material genético e se mistura. A indústria fabrica remédios que matam o material genético do vírus. Para serem eficientes contra o HIV, teriam que destruir o material genético humano também, uma vez que os dois estão misturados. Aí está o problema".
O tratamento com ANTIRRETROVIRAIS, o uso do PRESERVATIVO como prevenção à AIDS e às DSTS também estiveram na pauta do debate.
O projeto "Comunicação, Saúde Pública, AIDS e Cidadania" tem o apoio da Merck Sharpe & Dohme, da Bristol Myers-Squibb e da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.
Além da Trevisan Escola de Negócios, já receberam o debate as Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), a Faculdade Cásper Líbero e a Universidade Anhembi Morumbi.
Redação da Agência de Notícias da AIDS
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