Notícias
Prevenção para todos
21/06/10Prevenção para todos
Espaço para compartilhar oportunidades e ouvir além do universo que se vive. A avaliação da diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Mariângela Simão, sintetiza o VIII Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids. Durante quatro dias, 4,8 mil pessoas entre integrantes da sociedade civil, acadêmicos, profissionais de saúde e gestores públicos tiveram oportunidade de assistir apresentações que vão do cunho científico aprimorado ao discurso de base do que se faz e dá certo na área. “São poucos congressos que têm esse perfil.
As contribuições ajudam a pensar em soluções para os problemas locais”, explica Mariângela. O uso de antirretrovirais pré e pós exposição ao HIV é um dos principais temas que deve suscitar debates acalorados até a próxima edição do evento. “Vai estar na agenda global, com força”, observa. De acordo com Mariângela, os questionamentos estão relacionados ao início precoce da adoção de antirretrovirais (ARV) e à inclusão de novas drogas com menos efeitos adversos. “Existe muito interesse econômico”, observa a diretora.
A utilização do tratamento para a prevenção da transmissão de aids traz implicações éticas importantes. “Nesse sentido, o Ministério da Saúde tem comitês que vêm trabalhando em como se chegar a recomendações das melhores práticas. É necessário precaução com o uso dos ARV de forma continuada com pessoas que estão assintomáticas”, ressalta.
A primeira edição do Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites Virais foi marcada por eventos com salas lotadas. Para Mariângela, a receptividade da inclusão do tema hepatites na agenda das DST e aids é excelente. “Apesar de aids e hepatites terem diferentes movimentos sociais, as pessoas com as duas doenças têm muitas características em comum. São os mesmos coinfectados”, observa.
Outra particularidade do congresso deste ano foi a presença de caras novas. “Vi muita gente de municípios pequenos que antes não tinham representação no fórum”, destaca. O empoderamento e protagonismo dos jovens vivendo com HIV/aids também impressionou a organização do congresso. “Eles se mobilizaram e marcaram presença no congresso”, conclui.
Cidades que fazem a diferença na prevenção
Vitória da Conquista (BA), Tupanciretã (RS), Florianópolis (SC), São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Batatais (SP) foram as grandes vencedoras do Prêmio Município-Mundo de Boas Práticas de Prevenção. Os premiados receberam um selo de reconhecimento do Ministério da Saúde pelo engajamento e compromisso em contribuir para o enfrentamento de questões sociais que envolvem a saúde da população, na área de prevenção da aids e outras doenças sexualmente transmissíveis.
As experiências estão de acordo com os padrões de crescimento sustentável, além de trazerem evidências epidemiológicas, comportamentais e de estrutura da rede de atenção a saúde e educação que comprovam o sucesso das ações nessas cidades. Os trabalhos premiados foram realizados no biênio 2008/2010.
Encerramento com prêmio
A criatividade na forma de transmitir mensagens de prevenção em apenas um minuto premia três de 15 vídeos produzidos em filmadoras, câmeras digitais e celulares. Os filmes alertam sobre a importância da prevenção da aids, outras doenças sexualmente transmissíveis e hepatites virais. O primeiro colocado foi o brasiliense Muller Santos, com “Escolha certa”. A produção vencedora mostra decisões diárias de um jovem, como a preferência por determinada roupa, música ou programa de TV. No final, uma frase chama a atenção. “Existe uma escolha que pode mudar a sua vida: camisinha, a escolha certa”. A técnica utilizada foi stop motion, um tipo de animação quadro a quadro. Nesse caso, foram utilizadas 500 fotografias. “Tentei fazer algo diferente, descontraído”, conta Muller.
Em segundo lugar ficou o vídeo “Piupiu consciente”, do paulista Daniel Rabaneá, que utiliza pintinhos de galinha falantes. De forma bem-humorada, eles conversam sobre a “porta do prazer”, que só é aberta se eles vestirem a camisinha. A terceira colocada foi Ana Paula Barcellos, também brasiliense, com o filme “Hepatite C, sem medo”. É um pequeno documentário em que a própria autora conta sua experiência de viver com a doença. Ela tenta despertar os espectadores para o fato de que eles podem ter hepatite C e não saber – de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 95% dos infectados desconhecem sua sorologia. Os três vencedores ganharam um netbook. Os 15 vídeos finalistas do festival podem ser assistidos no site www.aids.gov.br/congressoprev2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Inclua algum cometário: