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terça-feira, 4 de maio de 2010

Fim da patente do Viagra reacende a luz de alerta para a infecção do HIV na terceira idade

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AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA AIDS | NOTÍCIAS

AIDS | CAMISINHA | DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS | CONTRACEPTIVOS

03/05/2010

02/05/2010 - 11h

Durante a semana passada, uma das notícias que mais ganhou destaque nas seções de saúde foi a decisão do Superior Tribunal de Justiça sobre o fim da patente do Viagra no dia 20 de junho.

Usado no tratamento da disfunção erétil, sobretudo para idosos, o remédio vem sendo nos últimos anos muitas vezes a pauta sobre o aumento das AIDS na terceira idade.

"O idoso não nasceu na era da AIDS. As doenças sexualmente transmissíveis existiam, mas não eram mortais. Os idosos não se veem como um grupo exposto ao HIV", avalia a assistente social Nadjane Bezerra.

Em 2004, ela apresentou uma tese de mestrado ao departamento de Gerontologia da Pontíficia Universidade Católica (PUC), intitulada "O pulso Ainda Pulsa: O Comportamento Sexual como expressão da Vulnerabilidade de um Grupo de Idosos Soropositivos".

Segundo dados do Ministério da Saúde, de 1996 a 2005, houve crescimento da taxa de incidência de AIDS entre homens e mulheres com mais de 60 anos.

Nos homens, a taxa, que era de 5,9, passou para 8,8 (a cada 100 mil habitantes). No caso do sexo feminino, de 1,7 para 4,6. Para os representantes do governo federal, a expansão da faixa etária da vida sexual ativa e a resistência ao uso do PRESERVATIVO contribuiu para o resultado.

Em entrevista à Agência de Notícias da AIDS, em 2006, o diretor médico da Pfizer (fabricante do Viagra) João Fittipaldi, disse não concordar com a ideia de que o aumento da AIDS na terceira idade teve alguma relação com o uso do Viagra.

"O medicamento não pode ser responsabilizado por isso. Pelo contrário, vejo o Viagra mais como um aliado do PRESERVATIVO, uma vez que ele mantém a ereção e a não utilização da CAMISINHA está associada ao medo de perder a ereção", argumentou Fittipaldi.

Preocupado com o avanço da epidemia na terceira idade, o Ministério da Saúde focou as campanhas nacionais do Dia Mundial de Combate a AIDS de 2008 e no Carnaval de 2009 para respectivamente homens e mulheres com mais de 50 anos.

A Pfizer, que tinha a exclusividade de comercialização, pode recorrer. A expectativa, agora, é que os medicamentos dessa categoria fiquem mais baratos, em função da concorrência acirrada.

Ao menos quatro novas drogas com o mesmo princípio ativo do Viagra já providenciaram seu registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e devem chegar às farmácias no dia 21 de junho: Anviryl, Viasil, Silvigor e Granvia.

Hoje, uma caixa com quatro comprimidos do Viagra é vendida por, no máximo, R$ 127,80. Mas, segundo uma pesquisa de mercado feita pela Anvisa, os valores praticados no varejo nacional são, em média, 32% mais baixos.

Redação da Agência de Notícias da AIDS

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