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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Marina ganha perfil na revista 'The Economist':

' (A pré-candidata) parece ter princípios demais para disputar campanha eleitoral'

Publicada em 22/04/2010 às 19h24m
Alessandra Duarte

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RIO - Marina Silva é uma candidata que parece "ter princípios demais" para disputar uma campanha eleitoral, que "sobreviveu à infância", e que quer o Brasil como exemplo de utilização de energia para outros países em desenvolvimento. É como a revista britânica "The Economist" desenha a pré-candidata à Presidência pelo PV, numa reportagem na edição desta semana sobre a candidatura Marina.

Com o título "Outro Silva" - em alusão ao fato de o sobrenome do presidente Lula também ser Silva -, a reportagem é um perfil da verde. Começa dizendo que "De vez em quando, um político surge parecendo ter princípios demais para disputar uma briga de cachorro grande numa campanha eleitoral. Marina Silva, candidata do pequeno Partido Verde, é assim". Para "The Economist", o que faltaria a Marina em termos de máquina de campanha ela estaria "tentando compensar com força ética". O tema "ética", diz a revista, é a questão que a pré-candidata precisaria colocar em pauta até as eleições chegarem à sua fase decisiva.

Trazendo uma foto de Marina cuja legenda é "Verde nascida e criada", a revista conta um pouco da trajetória da pré-candidata na Região Norte - quando comete a gafe de dizer que o Acre fica "na Amazônia" -, falando do pai nordestino que foi para aquele estado trabalhar como seringueiro; da infância pobre, em que três dos 11 irmãos de Marina morreram; dos problemas de saúde (como uma série de alergias) que teriam ficado para Marina como sequela de doenças que a família enfrentara na época, como hepatite e malária; e do fato de a pré-candidata ter trabalhado como empregada doméstica para sustentar sua ida à universidade.
Revista lembra que Marina foi uma das fundadoras do PT

"The Economist" lembra que Marina Silva, além de ter participado de campanhas com o ambientalista Chico Mendes, "foi uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores, juntamente com Luiz Inácio Lula da Silva, então um líder sindical de semelhante origem humilde. Quando Lula se tornou o presidente da República em 2003, ele fez de Marina Silva (...) sua ministra do Meio Ambiente".

Já para falar sobre a saída do governo Lula da pré-candidata, a reportagem cita episódios como as discussões que Marina teria perdido em questões como "introdução de soja geneticamente modificada; pavimentação da BR-163, rodovia por dentro da Amazônia; e energia nuclear".

Outro motivo de desgaste para Marina na pasta, lembra a revista, foi o fato de que ela "foi acusada de lotear seu ministério com verdes (o que ela admitiu) e com evangélicos (o que ela nega). Em 2008, Marina deixou a pasta depois que a responsabilidade por reformar a legislação sobre titularidade de terras na Amazônia foi dada a outro ministro. Marina se recusou a criticar Lula publicamente".

Para a revista britânica, o principal tema da campanha de Marina Silva é a defesa que a verde faz de que o Brasil tenha a "responsabilidade moral" de se tornar uma economia de alta tecnologia e baixo consumo de carbono, "como um exemplo para outros países em desenvolvimento".

O perfil feito por "The Economist" lembra ainda que o empresário Guilherme Leal, dono da Natura, está estudando a proposta de ser o companheiro de chapa de Marina; e afirma que, numa "crítica ao gosto de Lula por um Estado forte e por Fidel Castro", a pré-candidata seria contra a alta carga tributária brasileira e a "aceitação de tiranos".

Destacando que Marina "ainda tem muito chão pela frente", a reportagem cita ainda pesquisas de intenção de voto nas quais a verde aparece com "apenas 10%", o que demonstraria que "muitos brasileiros, como eleitores em outros lugares, não consideram salvar o planeta como uma de suas prioridades". Para terminar a reportagem, e destacar que o caminho "não será fácil" para a pré-candidata, "The Economist" traz uma frase da própria perfilada: " 'Meu pai me dizia que o animal com as pernas mais curtas tem que correr o mais distante' "

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