Falha na distribuição de remédios pode agravar situação de pessoas com esclerose múltipla no DF
da Agência Brasil
Pessoas com esclerose múltipla no Distrito Federal enfrentam há um mês dificuldade no acesso gratuito ao remédio para o tratamento da doença. Eles correm o risco de terem agravados sintomas como falta de equilíbrio, fadiga e movimentos descoordenados.
São cerca de 60 pacientes que fazem a retirada mensal do Interferon beta 1b (nome científico) na farmácia de alto custo da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Com a falha na distribuição, eles não têm outra alternativa a não ser esperar, pois o medicamento, que custa em torno de R$ 6 mil, não está disponível em farmácias comuns e só pode ser vendido para pessoas jurídicas.
A dona de casa Luciana Borges, moradora do Guará --cidade do DF distante 11 km de Brasília--, conta que vem tendo problemas com a entrega do remédio desde dezembro. Ultimamente, ela alterna os dias em que faz uso do Interferon beta 1b para que o ele dure mais. "Agora estou com o último medicamento e só vou tomá-lo quando não me sentir bem porque não sei quando terei o próximo."
Segundo ela, a falta de informação da Secretaria aumenta a preocupação dos pacientes. "Eles não dão satisfação nenhuma e eu fico ansiosa, estressada pelo medo. Em situações muto fortes, de raiva por exemplo, sinto fraqueza nas pernas e tenho sintomas ligados à parte motora", relata.
A presidente da Sociedade de Esclerose Múltipla de Brasília, Elizabeth Fernandes, afirma que já procurou o setor de compras da Secretaria de Saúde. "O que me explicaram é que o servidor que fazia as compras foi exonerado e o novo responsável ainda está perdido no meio de toda a papelada de remédios que precisa comprar. Acredito que a medicação teve aumento de preço e o governo não quer pagar."
O chefe da Unidade de Administração-Geral da Secretaria de Saúde Armando Assumpção garantiu que a medicação estaria disponível na última segunda-feira (19), o que não aconteceu. Ele explica que na terça-feira (20) enviou um processo para a Procuradoria-Geral do DF (PGDF) pedindo autorização para a compra emergencial. Em seguida, precisou atender a algumas recomendações da PGDF e ainda nesta quinta-feira irá devolver o processo. "Nossa expectativa é de fazer a compra ainda essa semana", garante.
De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, a distribuição gratuita dos remédios para portadores da doença ocorre em todo país, mas casos de falha na distribuição são comuns. A esclerose múltipla não tem cura e pode ser apenas amenizada com uso de remédios e fisioterapia. Entre os principais sintomas estão dormência nos braços e pernas, desequilíbrio e fadiga, movimentos descoordenados e perda súbita da visão.
Nota Pessoal: Pelo visto a falta de medicamento não é só privilégio dos Soropositivos!!!
Todos nós doentes cronicos devemos ir a manifestação Tolerância Zero contra a falta de Medicamentos, no próximo dia 28/04.
Do Folha on Line.
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