O Estado de S.Paulo: Diretora do Departamento de Aids diz que esta não será a última vez que haverá problemas com medicamentos
29/04/2010 - 9h45
De acordo com informações publicadas no Estado de S.Paulo, a diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Mariângela Simão, declarou que esta "não foi a primeira nem vai ser a última vez que há problemas de medicamentos” . Mariângela fez referência à falta e escassez de antirretrovirais que culminaram em manifestações em seis estados e no Distrito Federal nesta quarta-feira, 28 de abril. Confira a matéria na íntegra a seguir.
Aids: laboratório deve 43 milhões de pílulas
Farmanguinhos atrasou entrega de remédios para aids e unidades de São Paulo e Minas vão colaborar na produção
A falha no abastecimento do remédio combinado antiaids lamivudina/zidovudi na no País é reflexo de um problema iniciado no fim de 2009, com o atraso na entrega de medicamentos produzidos pela Fiocruz. O laboratório oficial fechou o ano com dívida de 26 milhões de comprimidos, o que levou o Ministério da Saúde a usar estoque de emergência. A situação se agravou em janeiro, quando a produção foi interrompida por falhas técnicas. Agora, o laboratório deve 43 milhões de comprimidos.
O diretor de Farmanguinhos Hayne Silva admitiu que a prática de iniciar o ano com passivo na entrega de medicamentos não é incomum. Apesar do desabastecimento, Silva disse não considerar que o laboratório trabalhe no limite da segurança. "Atrasos acontecem. E não apenas na Fiocruz, em laboratórios particulares também."
A lamivudina/zidovudi na é usada por 116 mil pacientes. Para corrigir o problema até junho, a Fiocruz teve de contratar a Furp - laboratório oficial de São Paulo -, que ficará encarregado de produzir os 26 milhões de comprimidos que deveriam ter sido entregues em 2009. O restante será produzido por Farmanguinhos.
"Não foi a primeira nem vai ser a última vez que há problemas de medicamentos" , afirmou a coordenadora do Departamento de DST-Aids e Hepatites Virais, Mariangela Simão. Além da falta do combinado, pacientes reclamam da dificuldade na obtenção de 3TC e do medicamento abacavir. Ontem, foram feitas no País manifestações protestando contra o problema de desabastecimento.
Mariangela afirma que o abacavir chegou ao País e deverá estar disponível nos Estados na próxima semana. "Até vulcão colaborou para atraso. Mas agora tudo está resolvido", disse o ministro José Gomes Temporão.
Mariangela afirmou que, diante da falta do lamivudina/zidovudi na, foi feita uma reprogramação na produção. Furp e Funed - laboratório oficial de Minas - receberam a encomenda de produzirem mais 25 milhões do medicamento combinado. Além disso, a produção do antirretroviral pelos laboratórios oficiais deverá ser periodicamente acompanhada por uma comissão, liderada pela Secretaria de Ciência e Tecnologia do ministério.
Travestis. As afirmações de Mariangela e de Temporão foram dadas após o lançamento de uma campanha de prevenção à aids idealizada por travestis. A iniciativa pretende sensibilizar a sociedade contra o preconceito.
Fonte: O Estado de S.Paulo
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