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segunda-feira, 29 de março de 2010

Hepatite C 2

Chance de transmissão da hepatite C é reduzida por relações estáveis

Agência Notisa

29/03/2010

RIO DE JANEIRO - De acordo com artigo publicado no Brazilian Journal of Infectious Diseases, as chances de contaminação pelo vírus da hepatite C (HCV) são mínimas ou desprezíveis em casais estáveis e que utilizam devidamente as medidas de proteção contra DSTs. O trabalho é de autoria de Márcia Bessa, do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz (Fundação Oswaldo Cruz) e da Escola Bahiana de Medicina (Fundação Bahiana para Desenvolvimento das Ciências) e colegas, e foi disponibilizado na edição de agosto de 2009 do periódico.

Segundo os autores, “o estudo envolveu pacientes de duas clínicas de hemodiálise: uma de Salvador (BA) e outra de Feira de Santana (BA)”. Eles alegam que “em Salvador, 22 (9%) dos 241 pacientes submetidos à hemodiálise já haviam gerado três resultados positivos no teste ELISA. Doze pacientes mantinham parceiros sexuais estáveis por mais de seis meses e nove deles aceitaram entrar no estudo. Em Feira de Santana, 54 (15%) dos 355 submetidos à hemodiálise já haviam gerado um segundo resultado positivo para o teste ELISA. Trinta e dois pacientes mantinham parceiros sexuais estáveis por mais de seis meses, e 26 deles aceitaram entrar no estudo”. Além disso, acrescentam eles, os envolvidos no estudo “responderam um questionário padrão que incluiu informações demográficas, histórico sexual e dados sobre outras exposições em potencial ao HCV. As entrevistas e primeiras colheitas de amostra ocorreram em junho de 2003”.

Os pesquisadores revelam que “o uso de camisinha foi declarado regular por um casal, esporádico por 11 casais, enquanto 23 casais declararam nunca ter utilizado. Dividir itens pessoais foi um ato comum na população estudada: 4 (11,8%) dividiam escovas de dente, 11(32,4%) dividiam lâminas de barbear e 24 (70,6%) dividiam cortadores e alicates de unhas. Sete casais (20,6%) dividiam todos esses itens e 2 (5,9%) não dividiam quaisquer”. O período médio de vivência dos casais, de acordo com eles, “foi de 16.6 ± 13.7 anos (mediana: 10 anos) variando de três a 52 anos. Os casais afirmaram que sua atividade sexual ocorria nos seguintes intervalos: diariamente (n=2 ou 15%), mensalmente (n=4 ou 12%) e ocasionalmente (n=6 ou 18%). O histórico de parceiros sexuais dos indivíduos estudados foi: menos de seis parceiros (76% dos pacientes e 73% dos parceiros), entre seis e dez (15 e 23%) e mais de 10 (9 e 4%). Três pacientes e três parceiros declararam histórico sexual com profissionais do sexo. Dois pacientes e um parceiro declararam doenças sexualmente transmissíveis prévias. Histórico de parceiros homossexuais foi declarado por um paciente”.

Para Márcia e colegas, o trabalho fornece mais evidências que a transmissão de HCV entre pacientes que formam relações estáveis é mínima ou desprezível, e apesar do pequeno número de amostras, os resultados estão de acordo com relatos similares, particularmente aqueles envolvendo pacientes submetidos à hemodiálise com casuísticas comparáveis.

Clipping Bem Fam (29/03/010)

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