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terça-feira, 23 de março de 2010

Água contaminada mata mais do que guerras Agência Estado 23 de março de 2010

Água contaminada mata mais do que guerras

Agência Estado

23 de março de 2010

Mais pessoas morrem por causa de água poluída a cada ano do que por todas as formas de violência, inclusive guerras, diz um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado nesta segunda-feira, no Dia Mundial da Água. Segundo o "Água Doente", relatório do Programa de Meio Ambiente da ONU, 3,7% de todas as mortes são atribuídas a doenças relacionadas à água, o que resulta em milhões de mortes. Mais de metade dos leitos hospitalares do mundo são ocupados por pessoas que sofrem com doenças relacionadas à água, informa o documento.

O relatório também enfatiza a necessidade de se fornecer água limpa em todos os países e lembra que cerca de 2 bilhões de toneladas de resíduos líquidos - incluindo esgoto e lixo industrial - são despejados diariamente nos ecossistemas, ajudando a espalhar doenças. "Se não formos capazes de gerenciar nosso lixo, isso vai significar mais pessoas morrendo de doenças relacionadas à água", disse Achim Steiner, subsecretário-geral e diretor-executivo do programa de meio ambiente da ONU.

O relatório diz que são necessários três litros de água para produzir um litro de água potável e que a água potável nos Estados Unidos requer o consumo de cerca de 17 milhões de barris de petróleo diariamente. Outros dados mostram que a melhora do gerenciamento da água de reúso na Europa resultou em significativas melhoras ambientais no continente, mas adverte que a quantidade de zonas mortas nos oceanos continuam a se espalhar por todo o mundo. Zonas mortas são áreas sem oxigênio, fenômeno causado pela poluição.

"Se o planeta de 6 bilhões de pessoas deve chegar a 9 bilhões até 2050, precisamos ser mais inteligentes coletivamente sobre como gerenciamos nosso lixo, incluindo resíduos líquidos", disse Steiner. No documento, a ONU lembra que a qualidade da água em todo o mundo é ameaçada pelo crescimento populacional e pela expansão das atividades industrial e agrícola e lembra também que as mudanças climáticas ameaçam alterar o ciclo global hídrico.

E que há a necessidade urgente que os setores público e privado de todo o mundo se unam para assumir o desafio de proteger e melhorar a qualidade de rios, lagos, aquíferos e torneiras. Para tanto, diz o documento, devemos nos comprometer a evitar a poluição futura da água, tratando as já contaminadas, e restaurar a qualidade e saúde de rios, lagos aquíferos e ecossistemas aquáticos.

Além da questão humana, o relatório fala sobre as perdas econômicas decorrentes, lembrando que a falta de água e de instalações sanitárias, apenas na África, são estimadas em 28,4 bilhões de dólares, ou cerca de 5% de seu Produto Interno Bruto (PIB).

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